TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade): possibilidades ao alcance de todos – parte 1

Facebook
WhatsApp
LinkedIn
Twitter

Conheça os sintomas, comportamentos e necessidades dos portadores de TDAH e como podem ser identificados pelos profissionais e família

 

O TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) é um problema que, embora esteja presente em uma grande parte da população, é muitas vezes mal compreendido por portadores, suas famílias e até educadores. Diante da complexidade dessa questão, este texto (publicado originalmente na revista Linha Direta) terá duas partes (Clique aqui para ler a segunda parte). Nesta nossa primeira conversa sobre o tema vamos falar sobre o que é esse transtorno e os comportamentos e necessidades que o acompanham.

 

Tempo: o inimigo da modernidade e do TDAH

 

Tempo, bem mais precioso da contemporaneidade, um valioso capital, humano. Curiosamente, corremos contra ele, ao invés de tê-lo como nosso aliado na vida. Nessa era da produtividade*, o tempo não é mais amigo, ele é o vilão que rouba energia, desgasta relações, desamarra laços, acumula tarefas, gera transtornos psíquicos, nos faz correr e correr sem, muitas vezes, sabermos por que e para que; é autor responsável e justificável de nossas ausências com a família, do não cumprimento de metas ou propósitos, da falta de atenção e da terceirização dos cuidados com os filhos, causa tão cara.

 

Deixamos para trás velhos hábitos como o de olhar no olho, sentar e sentir e ouvir as emoções das conquistas, das dúvidas e dos fracassos do outro, o ensinar com palavras e com o exemplo – maior ensinamento – o esperar com paciência inteligente o tempo de o entendimento aflorar sem desistir no meio do caminho, o tocar a alma, unir nossas almas, acompanhar processos…  Hoje meros e longínquos “sonhos de consumo”.

 

Crianças e jovens são os expectadores mais afetados com essa modernidade líquida que torna normal para a época o que nem sempre é normal para a vida.

 

 

O que é TDAH?

 

Dominar o tempo é um desejo e uma conquista que precisa tornar-se realidade, principalmente quando convivemos com um portador do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade –TDAH-, uma condição neurobiológica que gera pequenas alterações na região frontal do cérebro, responsável pela inibição do comportamento e do controle da atenção. Sua etiologia tem forte influência genética e é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um transtorno que aparece na infância e costuma acompanhar o indivíduo por toda a sua vida, com graus variáveis de desatenção, inquietude e impulsividade.

 

Desatenção: acarreta dificuldade de organização em diferentes setores da vida, como administração do tempo e ordenamento das tarefas cotidianas. O cérebro encontra-se envolvido por uma tempestade de pensamentos, ficando difícil direcionar esforços. Costumam apresentar um comportamento dócil, mas não conseguem mostrar todo o seu potencial, passando, muitas vezes, despercebidas por todos.

 

Hiperatividade: manifesta-se  através de um comportamento excessivamente agitado, com dificuldade de controlar o corpo. As reações emocionais são intensas, podendo ser confundidas com rebeldia, falta de limites e indisciplina.

 

Impulsividade: gera condutas oposicionistas e agressivas. A manifestação aparece no gosto por brincadeiras perigosas, de briga , falando o que vem à cabeça, tumultuando a aula e na dificuldade de seguir regras.

 

Os portadores de TDAH têm, em geral, uma percepção do tempo diferenciada, baixo desempenho escolar, história de repetência(s), manifestam mau comportamento e falta de organização na sua rotina, agitação, problemas interpessoais, dificuldade de terminar tarefas que foram iniciadas minutos atrás, precisando de um ambiente externo seguro, disciplinado e tolerante para favorecer o ordenamento interno, da sua mente. A tolerância surge da compreensão e do conhecimento que pais e professores devem exercitar.

 

Espero que o texto tenha auxiliado na compreensão dessa realidade e da importância do cuidado com esses pacientes, especialmente o atendimento especializado em Psicopedagogia e Neuropsicopedagogia. Lembre-se de conferir a segunda parte, em que você poderá aprofundar no tratamento e acompanhamento desses portadores.

 

 

* Teoria de Alvin Toffler sobre as ondas de mudança.

 

 

*Texto publicado originalmente na Revista Linha Direta

Picture of Cristina Coronha

Cristina Coronha

Posts relacionados