RMC (Restrição do Movimento da Coluna): quais as “novas diretrizes”?

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Confira este passo a passo detalhado sobre a mais recente imobilização de vítimas de trauma

Os casos de trauma grave no país já são vistos como problema de saúde pública. As vítimas são, em sua maioria, independentes e repentinamente mudam para um cenário de dependência física, emocional e até mesmo financeira. Existe uma classificação vasta de traumas na Urgência e Emergência, porém hoje nossa visão será voltada ao trauma raquimedular (TRM), tendo em vista que nossa discussão será sobre as “novas evidências” para restrição do movimento da coluna. Os mecanismos de trauma mais comuns, que resultam em TRM, são as quedas e os acidentes automobilísticos; e os indivíduos acometidos, geralmente, sofrem outros traumas associados, como lesão cerebrotraumática de tórax e de abdome.

O perfil da população envolvida em lesão medular traumática é do sexo masculino, majoritariamente, e com faixa etária de 20 a 40 anos. A incidência no Brasil ainda é desconhecida, uma vez que não requer notificação e consequentemente existem poucos dados ou trabalhos que envolvem o assunto. Nesse sentido, estima-se que ocorram 10.000 novos casos por ano de lesão medular, sendo predominante a causa traumática. Os americanos sugerem 40 casos por milhão por ano de lesões medulares. Apesar desse número parecer relativamente pequeno, não representam nem de longe a alta morbimortalidade dessas lesões.

Assistência tradicional à vítimas de trauma 

Há mais de 50 anos, o país utiliza a prancha e colar cervical como forma de imobilização de vítimas de trauma grave, associados ao imobilizador de cabeça e seus tirantes. A justificativa da utilização desse aparato se baseia na premissa de que a imobilização da cervical evita lesões secundárias neurológicas causadas pela instabilidade da coluna durante todo o processo (incluindo extração, transporte e avaliação). Porém, as sequelas geradas em vítima imobilizada, sem justificativa pautada no mecanismo de trauma ou sinais clínicos, geraram desconforto na medicina moderna, que resultou em alguns estudos.

Tendo como base que a forma tradicional de imobilização pode gerar e vem gerando iatrogenias, este precisa ser revisado. Podemos citar como iatrogenias: desconforto, dor, estresse, atraso no tratamento, tempo investido, possível elevação da pressão intracraniana (PIC), aumento do risco de aspiração, risco de lesões por pressão, redução de permeabilidade de via aérea e declínio na eficácia respiratória.

Urgência e EMergência com Ênfase em Cardiologia

RMC: o que é e por que o novo método

É importante ressaltar que nem as “novas evidências” e nem o método tradicional fornecem verdadeira imobilização, apenas limitam ou minimizam o movimento. Por isso, considera-se mais adequado nomear o procedimento como “Restrição do Movimento da Coluna vertebral (RMC). Digo novas entre aspas porque essas evidências vêm chegando ao Brasil desde 2017, em alguns simpósios e congressos, mas no exterior as discussões já estão bem avançadas e implementadas. O assunto se difundiu em larga escala, quando abordado no Congresso Nacional da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (ABRAMEDE) que ocorreu em 2018, na cidade de Fortaleza – CE.

Vivemos atualmente uma falta real de consenso entre como e quando restringir o movimento da coluna, mas algumas características são inquestionáveis e o princípio mantém-se o mesmo, com movimento minimalista e ausência de danos. O Brasil é um país de várias realidades, onde o serviço de atendimento às vítimas de trauma é prestado por vários profissionais diferentes (enfermeiro, médico, técnico de enfermagem, resgatista, socorrista, condutor-socorrista, bombeiros civil e militar, entre outros) e em várias instituições, cada qual com seus protocolos e preferências.

As evidências mudam a cada dia, precisamos nos adequar às mudanças do presente e do futuro, mas sem esquecer que houve uma evolução na assistência com algo que no passado foi visto como a melhor opção, podendo ser aproveitado em sua totalidade ou parcialidade. Os pés no chão restringem o amadorismo e a impulsividade, pois todas as atualizações geram consequências que só saberemos após passado algum tempo da implementação. As preferências podem ser moldadas, mas o princípio precisa ser mantido. Os profissionais precisam ser instrumentalizados de acordo com a realidade do local onde trabalham, levando em consideração seus recursos, no que diz respeito a equipamento e contingente, sem esquecer da rigidez do princípio.

Explicando a abordagem seletiva

A imobilização tradicional vem perdendo espaço para uma abordagem seletiva. Segundo alguns estudos, a própria musculatura paravertebral tem a função de restringir o movimento da coluna instável, mas para ser utilizado esse método, a vítima precisa estar consciente, orientada e alerta. O profissional auxilia a vítima, apenas limitando a amplitude do movimento e buscando a posição neutra. Podemos fazer um paralelo com o tão conhecido torcicolo. Quem, além da própria pessoa com torcicolo, conseguiria fazer o movimento no seu pescoço, com o mínimo de dor possível? Somente ele mesmo. Assim funciona a abordagem seletiva, podendo ser realizada associada com o uso do colar cervical para funcionar como um obstáculo adicional e limitador do movimento do pescoço.

A RMC precisa ser aplicada em todos os momentos do atendimento, desde a abordagem inicial até a passagem ao leito hospitalar, incluindo extração/extricação, transporte e transferência. A cabeça, o pescoço e a coluna precisam estar sempre alinhados à posição neutra, podendo ser feito de forma manual ou com uso de equipamentos disponíveis. A prancha rígida que era utilizada durante todo atendimento, atualmente é indicada apenas para extração/extricação, devendo ser retirada o mais rápido possível e podendo chegar ao máximo de 30 minutos. Enquanto para o transporte, estão indicadas a maca à vácuo (hoje, restrito a alguns serviços) e a própria maca retrátil da ambulância.

Quando devo utilizar a RMC?

Entendido que a restrição do movimento da coluna atualmente é a forma mais viável para a assistência ao paciente com trauma, agora você deve estar se perguntando: “Como defino se a vítima precisa ou não da RMC?”. E aí vai a resposta: existem alguns critérios de inclusão que aumentam a suspeição para aplicar a restrição. Veja o quadro abaixo:

OBS.: Trauma penetrante, em qualquer idade, não tem indicação à restrição da coluna.

É muito comum na cena do acidente as vítimas serem encontradas deambulando e autoextraídas. Essas eram imobilizadas com a técnica de “pranchamento em pé” que, atualmente, com o advento da RMC, não é mais recomendada. Nas novas diretrizes, esses pacientes devem ser encaminhados à maca da viatura, com restrição do movimento da coluna e auxiliados a sentar-se e posteriormente a deitar-se, com auxílio dos profissionais.

Devo destacar ainda que a vítima não pode subir ou descer escadas, devendo andar apenas em base plana. E caso seja indicada a restrição da coluna, a vítima não pode levantar-se do chão sozinha e sem objeto de extração/extricação. Por sua vez, levando em consideração a demora e a falsa impressão de restrição, o Kendrick Extrication Device (KED), não é aconselhável para uso em adultos, vejam bem, não é ACONSELHÁVEL. Algumas literaturas o indicam, sendo assim, o profissional deve estar atualizado para decidir a melhor opção para a vítima.

Imobilização com KED APH/IESPE – Juiz de Fora
Imobilização completa e tradicional APH/IESPE – Juiz de Fora
Imobilização em pé APH/IESPE – Juiz de Fora

Segundo as diretrizes sul-africanas, a RMC deve seguir uma sequência de opções para imobilização e transporte da vítima. Como primeira opção é citado o recurso de maca scoop e maca a vácuo; não havendo esse recurso, é sugerido o uso de maca simples com imobilizador lateral de cabeça, caso seja necessário. E, por fim, é analisada a prancha rígida como uma ferramenta valiosa para mobilização do paciente, mas não como instrumento de transporte.

Da esquerda para a direita: maca a vácuo, maca retrátil e maca scoop.

Como fazer a autoextricação controlada?

Estudos realizados entre 2009 e 2015 confirmaram que a técnica de autoextração controlada, se comparada com as técnicas tradicionais, é a forma mais eficaz quando se trata de não movimentar a coluna. Mas precisamos de cautela, não vamos, a partir de agora, sugerir que todas as vítimas de trauma levantem e andem; precisamos avaliar alguns pré-requisitos para que o indivíduo se enquadre nessa técnica. Para tal, a vítima precisa estar:

  • Consciente,
  • Sem sinais de intoxicação,
  • Obedecendo a comandos,
  • Hemodinamicamente estável,
  • Sem fraturas e/ou contusões importantes,
  • Sentada em veículo de passeio,
  • Com os quatro pneus no solo
  • Com acesso direto à saída.

Dixon M, et al (2014), sugere que a técnica seja realizada em 7 (sete) passos que seguem:

  1. Você entende o que estou pedindo a você? Tente manter a cabeça o mais parada possível. E caso sinta qualquer desconforto ou sensação estranha no corpo, pare o movimento.
  2. Devagar, você vai colocar seu pé esquerdo no chão, fora do carro.
  3. Apoie-se no volante e se puxe para frente.
  4. Mantenha mão direita no volante e ponha sua mão esquerda no banco, atrás de você.
  5. Devagar vire seu corpo para o lado de fora, seu pé direito deve acompanhar o movimento e você deve se manter sentado.
  6. Com os dois pés no chão, levante-se com auxílio dos braços para se equilibrar.
  7. Dê dois passos afastando-se do carro.

Para melhor visualização, abaixo serão demonstradas as técnicas para abordagem da vítima de trauma e também como e quando retirar a prancha rígida.

ABORDAGEM EM PÉ

1) Abordagem da vítima e estabilização da coluna cervical pelo primeiro socorrista.

Passo 1 – Abordagem em pé

2) Aferição do colar cervical.

Passo 2 – Abordagem em pé

3) Aferição do colar cervical.

Passo 3 – Abordagem em pé

4) Colar cervical no antebraço do primeiro socorrista.

Passo 4 – Abordagem em pé

5) Estabilização manual da coluna cervical pelo segundo socorrista.

Passo 5 – Abordagem em pé

6) Colocação do colar cervical.

Passo 6 – Abordagem em pé

7) Colocação do colar cervical.

Passo 7 – Abordagem em pé

8) Com auxílio dos socorristas e orientado a movimentar a cabeça o mínimo possível, caminhar até a maca.

Passo 8 – Abordagem em pé

9) Vítima senta-se na maca com auxílio dos socorristas.

Passo 9 – Abordagem em pé

10) Socorristas realizam rotação controlada.

Passo 10 – Abordagem em pé

11) Rotação controlada até a vítima ficar em decúbito dorsal na maca.

Passo 11 – Abordagem em pé

ABORDAGEM SENTADO

1) Primeiro socorrista realiza estabilização da coluna cervical.

Passo 1 – Abordagem sentado

2) Segundo socorrista mensura colar cervical.

Passo 2 – Abordagem sentado

3) Colar cervical no antebraço do primeiro socorrista.

Passo 3 – Abordagem sentado

4) Estabilização da coluna cervical pelo segundo socorrista e colocação do colar cervical.

Passo 4 – Abordagem sentado

5) Colocação do colar cervical.

Passo 5 – Abordagem sentado

6) Socorristas auxiliam a vítima a assumir a posição ortostática, sendo orientado a manter a cabeça mais parada possível.

Passo 7 – Abordagem sentado

8) Com auxílio dos socorristas, a vítima caminha até a maca.

Passo 8 – Abordagem sentado

9) Socorristas auxiliam a vítima a sentar na maca.

Passo 9 – Abordagem sentado

10) Socorristas realizam rotação controlada da vítima.

Passo 10 – Abordagem sentado

11) Rotação controlada até assumir decúbito dorsal.

Passo 11 – Abordagem sentado

SELF EXTRICATION – AUTOEXTRAÇÃO (vítima condutor)

1) Abordagem pelo campo de visão da vítima, solicitando que mantenha a cabeça o mais parada possível.

Passo 1 – Autoextração

2) Estabilização da coluna cervical.

Passo 2 – Autoextração

3) Mensuração de colar cervical.

Passo 3 – Autoextração

4) Colocação de colar cervical.

Passo 4 – Autoextração

5) Orientação para que, a qualquer sinal de dor ou sensação diferente pelo corpo, pare o movimento.

Passo 5 – Autoextração

6) Vítima é orientada que coloque o pé esquerdo fora do carro, vagarosamente.

Passo 6 – Autoextração

7) Orientação para utilizar o volante como apoio para se puxar para frente.

Passo 7 – Autoextração

8) Orientação para manter mão direita no volante e a mão esquerda no canto do banco atrás da vítima.

Passo 8 – Autoextração

9) Orientação para virar o corpo lentamente, pé direito acompanhando o movimento e para manter-se sentada.

Passo 9 – Autoextração

10) Com ambos os pés no chão, é orientada a assumir a posição ortostática com auxílio dos socorristas, dar dois passos para frente e caminhar até a maca.

TRANSPORTE LONGO (ACIMA DE 30 MINUTOS)

1) Vítima encaminhada à maca.

2) Rolamento 90° em bloco com estabilização manual de cervical.

Passo 2 – Transporte longo

3) Retirada da prancha na maca, se transporte superior a 30 minutos, caso esse tempo seja inferior à retirada a ser realizada na unidade de destino.

Passo 3 – Transporte longo

4) Mantenha vítima em decúbito dorsal sem a prancha.

Passo 4 – Transporte longo

Não sendo possível aplicar a autoextração, porque a vítima não corresponde aos critérios de inclusão, podemos utilizar outras técnicas de extração, 0°, 20°, 30°, 60° ou 90°, que variam de acordo com a posição no carro. Veja a imagem abaixo:

Ângulos de Extricação - Restrição do Movimento da Coluna (RMC)

Assunto muito interessante esse, não é mesmo? Devemos sim nos preocupar com essas atualizações, mas precisamos lembrar que, de maneira concomitante, nossa vítima precisa ser avaliada e assistida, evitando sua deterioração. Como fazer tudo ao mesmo tempo? A resposta ficará como assunto para um próximo encontro! Senão, falta o gostinho de quero mais.

Bibliografia

Bernnard et all. Spinal cord injury (SCI) – prehospital management. Ressucitation (66) 127-139, 2005.

Damiani, D. Uso rotineiro do colar cervical no politraumatizado. Revisão crítica. Revista Sociedade Brasileira de Clínica Médica, abr-jun; 15(2): 131-6, 2017.

Dixon, M et al. Biomechanical Analysis of Spinal. Immobilisation durring Prehospital Extrication: a Proof of concept study. Emergency Medicine Jounal, 2013.

Dixon, M et al. Biomechanical Analysis of Spinal. Immobilisation durring Prehospital Extrication: Study interim report. University of Limerick, 2014.

Feld, FX. Removal of the long spine board from clinical practice: historical perspective. J Athletic training. 53(8): 752-755, 2018.

Fisher, PE et al. Spinal motion restriction in the trauma patient – A jjoint position statement. Prehospital emergency care. 22:659-661, 2018.

Kornhall, DK et al. The Norwegian guidelines for the prehospital management of adult trauma patients with potential spinal injury. Scandinavian J Trauma, Ressucitation and emergency Medicine, 25:2, 2017.

Ian, GS et al. Canadian C-Spine Rule study for alert and stable trauma patienta: I Background and rationale. State of the Art, march, 2002.

Jerome, RH et al. Selective Cervical Spine Radiography in Blunt Trauma: Metodology oh the National Emergency x-Radiografy utilization study (NEXUS), april, 1998.

Linda, UA et al. New immobilization guidelines change SEM Critical Thinking in older adults with spine trauma. Prehospital Emergency Care, 2018.

Stanton, D et al. Cervical Collars and Immobilisation a South Africa best practice recommendation Afr J Emerg Med, 2017.

Autora:

Amanda Dias
Enfermeira

Coord. da Pós-graduação de Urgência e Emergência pelo IESPE; Enfermeira Intensivista pela UFJF e Emergencista pela Uniredentor; Docente e Instrutora do curso de extensão APH Trauma – IESPE; Instrutora do BLS – Basic Life Support pelo IESPE-SOMITI/AHA American Heart Association; Enfermeira no SAMU Três Rios e na Fundação Hemominas de Juiz de Fora.

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Amanda Dias

Coord. da Pós-graduação de Urgência e Emergência pelo IESPE; Enfermeira Intensivista pela UFJF e Emergencista pela UniRedentor; Instrutora do BLS – Basic Life Support da AHA American Heart Association; Enfermeira no SAMU Três Rios e no HU UFJF/EBSERH.

31 comentários em “RMC (Restrição do Movimento da Coluna): quais as “novas diretrizes”?”

  1. Gostei, muito esclarecido, bem visualizado, em texto abordado super técnica. Obrigado ao envio da Matéria , Parabéns Amanda .

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  2. Parabéns pelo trabalho de conclusão apresentado aqui, eu já venho acompanhando estas mudanças a cerca de 3 anos e sabia que um dia iria vir realidade aqui no Brasil, que bom que vocês assumiram o RMC aqui e será bem implantado. Sucesso

    Responder
  3. Pois é Hamilton, a mudança é certa, mas estamos apenas começando. Muito trabalho pela frente, para que consigamos implementar da melhor forma. Mas o primeiro passo está sendo dado.

    Responder
  4. Boa tarde, e se na minha empresa eu não tenho a maca?? Trabalho em uma empresa de Telemarketing, e são 03 andares de operação, o local do ambulatório é próximo a entrada da empresa, um pouco longe de cada operação. Temos a prancha com todos os equipamentos necessários. Nesse caso eu continuo realizando o pranchamento em pé?? Pois acredito que até a vitima vir ao ambulatório andando ou de cadeira de rodas irá agravar a lesão.
    Fico no aguardo. Obrigada

    Responder
  5. Olá Amanda,
    Parabéns pela excelente apresentação. Sua didática é de fácil entendimento e muito objetiva .
    Seu texto irá me ajudar muito na elaboração do treinamento que ministrarei para o grupo de resgate da Unidade Marítima na qual sou a médica do suporte de urgência e emergência.

    Responder
  6. Olá Amanda, tudo bem?
    Ajudou bastante o seu referencial teórico, mas fiquei com uma dúvida. Na auto extração assistida devemos colocar o colar cervical?
    Parabéns pelo trabalho

    Responder
    • Estevão, que bom que conseguimos ajudá-lo. Lembrando que atualmente, existem novas referências, mais atuais. Agradeço sua contribuição e comentário.
      Em relação a sua pergunta, estamos em uma fase do pré-hospitalar que a avaliação é primordial. A quebra de paradigma atual pede que os protocolos sejam utilizados como direcionamento, não engessados. Precisamos avaliar se o uso do colar será benéfico ou não para cada situação. O ideal seria a utilização do colar cervical, mas este servirá como um lembrete de cuidado para o paciente, porque sozinho não garante a restrição. O colar é utilizado para evitar compressão de vértebras durante o deslocamento e pode auxiliar na restrição, mesmo não sendo a intenção principal. Faz-se necessário a colaboração da vítima para que seja benéfico e justificável. Cada caso é um caso, o correto é não ferir as diretrizes, os protocolos podem ser adaptáveis.
      Considerando que esses pacientes, os quais se enquadram na situação de auto extração, precisam estar em condições de cooperação e lucidez, utilizamos sim o colar cervical.

      Responder
      • Opa. Muito bom, sou instrutor de Primeiros Socorros da PRF e estamos atualizando nosso efetivo em resgate veicular a RMC x “imobilização” é o principal paradigma e certeza que será o foco nas discussões. Grato pela atenção. Abraço

        Responder

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