Processo seletivo na Enfermagem: o que esperam os hospitais de JF?

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Descubra como é o processo seletivo na Enfermagem e o que Santa Casa, HTO, Hospital 9 de Julho e HMTJ mais valorizam no currículo e perfil profissional

O processo seletivo na Enfermagem é um dos momentos mais importantes e temidos pelos estudantes que conquistaram o tão esperado diploma. E se a passagem para o mercado de trabalho é por vezes assustadora, muitos bons profissionais não conseguem uma boa chance por falta de preparação e conhecimento.  Por isso, o IESPE separou as principais perguntas que já passaram pela mente de todo profissional em começo de carreira e conseguimos as respostas com quem sabe: importantes hospitais de Juiz de Fora. Confira o que a Santa Casa de Misericórdia, Hospital São Vicente de Paulo (HTO), Instituto Oncológico (Hospital 9 de Julho) e o Hospital Maternidade Therezinha de Jesus (HMTJ) esperam de um enfermeiro:

 

Quais são as qualidades mais importantes em um enfermeiro?

Não é surpresa que muitas vezes o que é mais considerado em um processo seletivo na Enfermagem são as qualidades do profissional como um todo, além das conquistas técnicas e científicas. Mas em vez de ser um fator apaziguador, essa característica costuma gerar ainda mais insegurança nos candidatos. Afinal, quais são essas qualidades tão esperadas pelos contratantes? Sem exigir um tipo específico de personalidade, todos os entrevistados indicaram aspectos positivos na conduta profissional e relacionamento com colegas e pacientes. As palavras-chave apontadas pelos hospitais merecem atenção especial do enfermeiro:

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“Gostar muito da Enfermagem, de pessoas e do trabalho do enfermeiro” (9 de Julho):

De acordo com o Instituto Oncológico, essas qualidades são essenciais não só para a instituição, mas para todas as outras em que o enfermeiro poderá atuar. Somente a partir delas é que a história e formação profissional desse candidato passa a ser considerada. Demonstrar ânimo e alegria pelo dia-a-dia da profissão, pelas pessoas e conhecimento envolvido no trabalho é um fator considerado muito positivo e também importante para que o enfermeiro possa prestar o atendimento adequado.

“Iniciativa, proatividade, responsabilidade e ética no desenvolvimento das atividades” (HTO):

Se colocar disponível e se prontificar para realizar o trabalho é algo necessário para um bom desempenho profissional. E quando as decisões são tomadas, sendo elas por iniciativa própria, da chefia ou de colegas, é de extrema importância que sejam realizadas de forma responsável e da maneira mais correta possível.

“Atitude e liderança” (HMTJ):

O profissional deve ter a capacidade de se posicionar no ambiente de trabalho, ao mesmo tempo sabendo considerar o conhecimento de colegas e subordinados. De acordo com a Maternidade, a liderança é especialmente importante porque muitas vezes é esperado que o enfermeiro coordene uma equipe.

imagem-pequena-hospitais-curriculo-7“Equilíbrio emocional, iniciativa e relacionamento interpessoal” (Santa Casa):

Baseado em competências, a seleção realizada na Santa Casa de Misericórdia avalia a resposta emocional nas diferentes situações comuns ao dia-a-dia do enfermeiro, assim como a maneira com que ele interage com colegas e pacientes. Essas competências são as mais importantes para que sejam avaliados posteriormente aspectos como a permanência em empregos e motivos de saída do trabalho anterior.

Devo me especializar?

A especialização foi citada como um diferencial importante por todas as instituições e é a primeira informação considerada no currículo, juntamente com a experiência profissional. Mas o candidato deve ter cuidado para não depender somente do seu conhecimento na área, pois esse somente será um fator decisivo em conjunto com uma conduta e perfil profissional adequados. “O enfermeiro pode não ter tido experiência nenhuma, mas ter sido muito bom na dinâmica e na prova teórica e entrevistas, sendo aprovado. Vai depender de como o candidato vai se sair no processo como um todo”, alerta Bruna Ribeiro, coordenadora de Recrutamento e Seleção da Santa Casa.

A exigência de uma especialização irá depender do órgão responsável. Adriana Vilella, responsável técnica do HMTJ, destacou que, no caso das UTIs, só é recomendado que se contrate profissionais que são especializados na área.

imagem-pequena-hospitais-curriculo-8Embora cada área de atuação tenha um curso condizente, possuir uma pós-graduação é não só uma vantagem, mas muitas vezes a diferença necessária para a contratação, independente da especialidade. Por isso, é importante ter um currículo completo em que suas especializações e habilidades estejam indicadas de forma clara e objetiva (baixe aqui um modelo exclusivo de currículo).

No Instituto Oncológico, por exemplo, a pós-graduação mais valorizada é a de Oncologia. Mas o responsável técnico Marcelo Marôcco explica que outros cursos são muito importantes, especialmente os mais gerais e voltados para os pacientes críticos: “Uma pessoa que sabe cuidar do paciente crítico vai saber lidar também com o menos crítico. Então são pós-graduações que nós gostamos de ver e que engrandecem o currículo do profissional, sendo um diferencial muitas vezes entre o contratar e o não contratar”.

Portanto, o enfermeiro deve considerar Pós-graduações e Extensões que se enquadram em seu perfil, ampliando o conhecimento sobre a teoria e técnicas necessárias e também aumentando as chances de contratação. No IESPE, por exemplo, oferecemos diversos cursos da FacRedentor na área de Enfermagem, incluindo UTI Adulto e Neonatal, Oncologia, APH e Urgência e Emergência, entre outros (confira também dez especializações em Enfermagem que você pode fazer em Juiz de Fora).

Como é o processo seletivo na Enfermagem?

Apesar de variar em número de fases, ordem das etapas e tipos de abordagem, o processo seletivo de enfermeiros em Juiz de Fora possui alguns fatores em comum que devem ser observados pelos profissionais. O candidato deve estar preparado para enfrentar fases como avaliação de currículo, provas (teóricas e práticas), entrevistas e dinâmicas.

pequena-hospitais-curriculo-6Na maioria dos hospitais é feita uma seleção geral para a área de Enfermagem, ou seja, os currículos são enviados (por e-mail ou através do site do hospital) ou entregues pessoalmente (opção existente na Santa Casa, por exemplo) e são adicionados a uma lista de cadastros. É o caso das instituições entrevistadas, que mantêm os dados dos candidatos por uma validade de seis meses após o envio, com exceção do Instituto Oncológico, que recorre aos currículos em um período máximo de 12 meses. Somente a partir desse cadastro geral é que serão considerados os enfermeiros para vagas específicas.

Em alguns hospitais, o enfermeiro não irá concorrer para um setor determinado, quando chamado para a seleção. Na Santa Casa, por exemplo, após admitido, ele passará primeiro por um treinamento em diversas áreas de atuação para somente depois ser designado para um setor. Já em outros casos, ele só será convocado para o processo seletivo quando surgir uma vaga em um cargo específico (como acontece no HMTJ).

Como deve ser o meu currículo?

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A fase de avaliação do currículo é de muita importância porque é o primeiro contato que a instituição terá com o candidato. É também a porta de entrada para que o enfermeiro seja considerado pelo hospital e participe efetivamente do processo seletivo. O profissional deve ficar atento a cada instituição e verificar se existe algum modelo ou pré-requisito. No caso da Maternidade, por exemplo, é exigido o currículo Lattes e o envio é feito na página oficial. Em geral, não é pedido um modelo específico, mas são esperadas algumas informações padrão que são as mais valorizadas nessa etapa:

  • Apresentação: De acordo com a Luciana Santini, recursos humanos do HTO, a apresentação é um ponto que pode ser negativo para o avanço do candidato na seleção, caso ele não tome os devidos cuidados. Além de destacar a importância da objetividade tanto no conteúdo quanto na aparência, ela dá a dica sobre o tamanho do documento: “De preferência, o currículo deve ter uma folha só, mas no máximo duas folhas. Não é preciso colocar tudo o que já fez, só as três últimas experiências”.
  • Objetividade: Ser objetivo é um aspecto muito valorizado pelos avaliadores. Devido à grande quantidade de candidatos, a análise deve ser feita de forma rápida e efetiva, o que exige um texto organizado e focado naquilo que é mais importante. Não é recomendado que o enfermeiro se estenda na quantidade de funções, mas para Bruna Ribeiro, coordenadora de Recrutamento e Seleção da Santa Casa, isso não significa retirar informações que serão importantes para o avaliador: “Quanto mais completo o currículo for, melhor é para o candidato. Às vezes a pessoa só cita o estágio e coloca o nome da instituição. E aí eu sei onde ela trabalhou, mas preciso também saber o que ela desenvolveu que tem a ver com o trabalho que está buscando aqui na empresa”.
  • Experiência: É preciso indicar com clareza quais foram os empregos anteriores, em qual instituição e em qual período atuou. O tipo de experiência será considerado em relação ao cargo, então é importante destacar os empregos e especializações que mais se relacionam com a vaga pretendida. Além de quais experiências o candidato teve, será avaliado o tempo de permanência no emprego: “Atualmente é comum que os profissionais troquem de emprego com frequência e em pouco tempo, mas isso é visto de forma negativa. Por que contratar e capacitar esse profissional, fazer com que ele participe de cursos e congressos para que ele não permaneça na instituição?”, alerta Adriana Vilella, responsável técnica do HMTJ.

Agora só falta colocar em prática e escrever o seu currículo! Com isso em mente, criamos para você um modelo exclusivo de currículo a partir desses pré-requisitos apontados pelos hospitais. Confira abaixo:

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O que esperar da prova?

Em todos os hospitais entrevistados, a prova escrita é uma das etapas para a aprovação de candidatos. Em alguns casos, serão exigidos conhecimentos específicos e o enfermeiro deve ficar atento aos editais de contratação. No HTO, por exemplo, as provas têm questões relacionadas ao cargo que está disponível. Já no Hospital 9 de Julho, as avaliações escritas apresentam mais perguntas da área de Oncologia. Mas no restante dos casos os conhecimentos necessários são gerais dentro daquilo que é importante na atuação de Enfermagem. É preciso que o enfermeiro esteja bastante preparado nas diversas áreas de conhecimento e pronto para resolver questões do dia-a-dia da profissão.

Quando é definida uma quantidade mínima de acertos, todos os hospitais consultados exigem um aproveitamento de 70% para que o candidato avance para a próxima etapa.

Existe ainda a opção de uma prova prática dependendo da função que é necessitada pelo hospital. Nesse caso, o enfermeiro deve se preparar com mais cuidado para desenvolver o seu conhecimento técnico diante do avaliador e utilizando os recursos oferecidos pela instituição.

O que é valorizado nas entrevistas e dinâmicas?

A dinâmica é uma etapa presente no Hospital 9 de Julho e na Santa Casa de Misericórdia, com a intenção de avaliar a interação profissional. Nem sempre utilizada nos processos seletivos, essa é uma fase que depende da tranquilidade e liderança do enfermeiro. Marcelo Marôcco, responsável técnico do Hospital 9 de Julho, também destaca a importância de decisões rápidas e seguras nesse momento: “Nós colocamos o enfermeiro exposto a uma situação que ele pode ter corriqueiramente dentro da instituição e vemos qual vai ser a tomada de decisão desse profissional”.

pequena-hospitais-curriculo-enfermagem-4De longe a fase mais temida pelos candidatos, a entrevista é normalmente a última etapa necessária para a aprovação e está presente na maioria das seleções. Nesse momento, o enfermeiro entrará em contato direto com os contratantes e terá o seu comportamento e perfil psicológico avaliado.

Existe a chance de que o candidato tenha que responder as perguntas para uma banca de profissionais da instituição (como é o caso do Hospital 9 de Julho), ou então somente para o gerente do setor, que ficará responsável pelo enfermeiro após a contratação (modelo presente no HTO e na Santa Casa). Deve ser esperado também que as instituições de Saúde se utilizem de entrevistas comportamentais com psicólogos, etapa valorizada na Santa Casa.

A presença dos gerentes é justamente um dos fatores mais responsáveis pelo nervosismo e ansiedade de candidatos. Embora a vestimenta adequada seja uma medida importante, aquilo que foi mais destacado pelos entrevistados foi a atitude e informações fornecidas pelo candidato. Confira abaixo as principais qualidades consideradas pelos avaliadores nessa etapa:

 

“Disponibilidade de tempo e motivação” ( Hospital 9 de Julho)

Por mais que o candidato tenha um bom currículo e presença profissional, a contratação não será possível caso o enfermeiro não se encaixe no quadro de horários da instituição. Por isso, o hospital avalia o objetivo do profissional e sua disponibilidade: “Nós vamos traçar o perfil dessa pessoa, vendo se ela tem algumas questões importantes relacionadas com o nosso tipo de paciente, de acompanhante e tipo de corpo clínico. E a algumas questões particulares também como disponibilidade de tempo e objetivos que tem com esse emprego”, comenta Marcelo Marôcco, responsável técnico do Hospital 9 de Julho.

O enfermeiro também contou como foi a sua experiência em processos seletivos e deu dicas para profissionais da área. Confira essas e outras informações no vídeo abaixo:

 

“Postura e perfil de liderança” (HTO)

É necessário que o candidato se coloque de forma segura e responsável diante dos avaliadores, sabendo interagir de forma positiva com os demais profissionais. Para Luciana Santini, recursos humanos do hospital São Vicente de Paulo (HTO), “A postura do candidato é muito importante. Além disso, se for um cargo de liderança, por exemplo, nós vamos ver se ele tem esse perfil, como que ele interage em grupo e como é essa liderança”.

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“Proatividade e responsabilização” (HMTJ)

Ter iniciativa não significa que as decisões não devem ser feitas com responsabilidade. Adriana Vilella, responsável técnica da instituição, destacou essas qualidades: “Quando temos contato pessoalmente com o candidato, o mais importante é que ele tenha proatividade e responsabilização, ou seja, tome responsabilidade por suas decisões dentro do hospital, sejam elas positivas ou negativas”.

 

“Comunicação e estabilidade emocional” (Santa Casa)

Bruna Ribeiro, coordenadora de Recrutamento e Seleção da Santa Casa, explicou por que ter um bom comportamento e relacionamento diante do trabalho é tão necessário: “Na área da Enfermagem, é muito importante ter contato com o outro, então a comunicação tem que ser muito boa. Se visualizarmos que a pessoa não tem uma boa comunicação, isso pode ser decisivo para ela ser eliminada. Outra questão é a instabilidade emocional: se ela demonstrar de alguma maneira que algo tira o equilíbrio emocional dela e isso se sobressai, também pode prejudicá-la na hora da nota”.

A coordenadora também fez um alerta sobre a seleção como um todo, destacando que os candidatos devem estar cientes de que o avaliador não considera o comportamento somente nas entrevistas e dinâmicas, mas em todos os contatos com o profissional. “Na verdade, nós avaliamos o candidato desde o primeiro contato com ele. Quando ligamos para o enfermeiro agendando o processo seletivo, ele já está sendo avaliado no momento daquela ligação”.

Meu perfil nas redes sociais vai ser avaliado?

Olhar as redes sociais do candidato, principalmente o Facebook, é uma tendência no mercado de trabalho em todas as áreas de atuação. Por isso, o enfermeiro deve estar ciente de que, na maioria dos casos, suas postagens, fotos, comentários e demais registros na rede serão observados pelo avaliador. Dentre os hospitais entrevistados, por exemplo, somente a o HMTJ não inclui esse tipo de avaliação no processo.

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O comportamento na internet é um aspecto entendido como necessário atualmente, mas ainda não é considerado o mais decisivo pelos hospitais. Para Bruna Ribeiro, coordenadora de Recrutamento e Seleção da Santa Casa, isso não tira a importância dessa etapa: “Na verdade, quando uma empresa avalia a rede social de uma pessoa ela está avaliando a conduta dela, o relacionamento com as outras pessoas. Eu não posso dizer que é algo decisivo, mas olhamos mais para confirmar algum dado e isso é muito importante”.

Já postou no Facebook algum texto ou comentário falando mal do hospital em que atuou? Ou então mencionou de forma negativa algum colega de trabalho? Esses são considerados sinais negativos pelos avaliadores e devem ser evitados.

Uma dica apontada por Bruna é conferir o manual de ética da instituição em que quer atuar, para saber o que é esperado do contratado. Em alguns casos não é permitido mencionar a empresa em redes sociais e esse fator será considerado pelos avaliadores no momento da avaliação.

Qual é a solução? Para Marcelo Marôcco, responsável técnico do Hospital 9 de Julho, o ideal é manter a positividade em todos os aspectos, não só do processo seletivo na Enfermagem, mas também da atuação profissional. “Nós temos que ser um pouco mais positivos e um pouco mais coerentes com a nossa vida pessoal e nossa vida profissional. Nós não podemos ser tão diferentes profissionalmente e pessoalmente o inverso total”.

Conclusão

Portanto, seja qual for a especialização, experiência profissional e qualidades que o candidato possui, a melhor estratégia no processo seletivo ainda continua a mesma: manter a calma e agir com sinceridade e objetividade para que todas as características positivas apontadas possam ficar aparentes para o avaliador.

Você se sente mais seguro para enfrentar o mercado de trabalho na cidade? Já participou de algum processo seletivo? Não deixe de nos contar nos comentários abaixo.

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