Conheça a minha experiência e aprenda a utilizar na prática
O Power PICC é uma tecnologia importante na otimização do atendimento aos pacientes da UTI. Mas você sabe como utilizá-la?
Como Supervisor de Enfermagem da UTI Adulto do Monte Sinai, pude constatar a eficiência desse recurso na prática. Por isso, é algo que compartilho com meus alunos da pós de Enfermagem em UTI e no novo curso de PICC Avançado.
Neste texto vou contar a minha experiência e te orientar na correta instalação do PICC para que você também tenha bons resultados. Quer tirar alguma dúvida sobre o procedimento? É só deixar um comentário no fim do post que vou ficar feliz em responder.
Por que usar essas tecnologias?
De forma geral, as UTIs precisam apresentar equipamentos, medicamentos, profissionais e espaços especializados para tratar os casos mais graves dentro de um hospital.
Além disso, as Unidades de Terapia Intensiva têm sido uma ferramenta de suma importância na recuperação de pacientes por covid-19. Sabemos que existe uma população de risco, com maior propensão à necessidade de suporte ventilatório.
O paciente com diagnóstico de COVID internado em uma Unidade de Terapia Intensiva necessita de recursos humanos e materiais para a manutenção de suas funções vitais e melhora clínica. Dessa forma, um dos recursos utilizados seria o do Power PICC, além da máquina de ECMO (membrana de oxigenação extracorpórea).
Na rotina de uma Terapia Intensiva já lidamos a todo momento com pacientes críticos e com instabilidade hemodinâmica. Com o advindo do Covid, ficou mais claro esse contexto. Mais do que nunca há a necessidade da utilização de dispositivos de alta tecnologia que, além de fornecer segurança e qualidade na assistência ao paciente, contribuem com o processo de trabalho dos profissionais que atuam na unidade.
Apesar disso, em Minas Gerais, estado em que atuo, e também em outras regiões do Brasil, ainda são poucas as instituições que utilizam a tecnologia apresentada.

O Power PICC
Dessa forma, fica evidente a importância da utilização do Power PICC com tecnologia 3CG. Diferentemente do PICC convencional, ele é um cateter central de inserção periférica com sistema de Seldinger para microintrodução guiada por Ultrassom. Isso aumenta a assertividade do procedimento e, consequentemente, faz o número de punções diminuir. Além disso, é de fácil manutenção e tem um tempo de permanência prolongado.
Como utilizar
O procedimento é realizado no próprio quarto por meio de punção guiada por ultrassom, oferecendo mais segurança e conforto para o paciente. O cateter, uma vez colocado, propicia uma via segura para administração de medicamentos, transfusões sanguíneas e nutrientes, evitando a necessidade de punções venosas repetitivas, que causam grande desconforto nos pacientes. Além disso, o paciente não precisa ser deslocado do quarto/CTI, dispensa preparo cirúrgico como jejum, e o procedimento é feito com total segurança.
O ultrassom permite visualizar o calibre da rede venosa, o fluxo de sangue, auxiliando na escolha do tamanho do cateter, que não deve ultrapassar 1/3 do espaço do vaso. Também possibilita a visualização tanto das veias como das artérias (evitando as iatrogenias ao perfurar uma artéria), além das alterações anatômicas e funcionais das veias (como bifurcações, estenoses), resultando em uma assertividade maior na PVP.

Minha experiência com o Power PICC
Nesse cenário, pude dentro da minha prática de trabalho associar os dois processos: instalar um cateter Power PICC em um paciente instável em uso de ECMO. Oferecemos dessa forma um recurso que trouxe garantia na assistência prestada ao paciente e que possibilitou a administração das medicações necessárias para o tratamento dele.
Tive na prática pacientes que não podiam passar por outros procedimentos tradicionais e que foi optado pelo uso do PICC guiado por USG, devido ao risco de sangramento. Foi como no caso da foto: uma paciente em ECMO com tempo de coagulação aumentado em que o PICC não traria o risco de sangramento. Além de pacientes/crianças em tratamento oncológico que também tinham risco de sangramento e a melhor opção seria o PICC. Tive um paciente de 14 anos politraumatizado que teve um tempo de hospitalização alto e depois precisou dar continuidade ao tratamento domiciliar com antibiótico, onde permaneceu com o cateter por quase um ano.
Assim como no meu caso, esse grande avanço tecnológico tem ampliado consideravelmente as ações de assistência de enfermagem. Tem levado os profissionais que atuam nessa área a adquirir melhor capacitação técnico-científica para prestar uma assistência qualificada.
Já utilizou o Power PICC ou tem alguma dúvida? Deixe sua experiência ou dúvida aqui nos comentários.