Entenda o que é gestão sustentável e como a sua aplicação pode gerar respostas socioambientais necessárias na atualidade
A gestão sempre foi e ainda é uma condição indispensável para o desenvolvimento das sociedades. Inclusive, na atualidade, as nossas maiores fragilidades vêm da ausência de gestão, tanto pública quanto privada e do terceiro setor. Nessa mesma direção, a sustentabilidade passa a ser um fator muito importante para tornar o ambiente mais integrado, assim tornando-o mais orgânico e dinâmico para lidar com as variadas demandas que surgem por conta da globalização.
Como disse o filósofo alemão Arthur Schopenhauer, “A tarefa não é tanto ver o que ninguém tinha visto, mas pensar o que ninguém pensou a respeito do que todo mundo vê”. Sabemos que a importância do meio ambiente e de sermos sustentáveis são temáticas muito debatidas atualmente, não se tratando de conceitos novos. Mas o que é necessário para que esse discurso realmente passe a ter resultados práticos no nosso dia-a-dia é enxergar a situação de uma forma nova e eficiente.
Por isso, é emergencial unirmos gestão e sustentabilidade para o desenvolvimento mais responsável e comprometido, criando uma sociedade melhor para todos.
Essa condição revela a possibilidade de apresentar situações, tanto teóricas quanto práticas, no que diz respeito à gestão como condição para promover uma formação contemporânea mais apropriada e responsiva a partir de uma visão ambiental.
Neste momento, é importante enfatizar, como variável que irá orientar essa proposta de unir os dois conceitos, que existem muitas definições universalmente aceitas para gestão sustentável. Sendo assim, vou buscar sempre proporcionar aos leitores momentos de reflexão diante das mais variadas propostas sobre o intrigante tema que é a gestão sustentável.
A gestão nos dias atuais ainda precisa ser compreendida como fundamental crescimento das organizações. Podemos entender, dessa maneira, que as organizações, como disse Morgan, “nascem, crescem, desenvolvem-se, declinam e morrem”. Contudo, são capazes, sem dúvida, de se adaptarem a ambientes em intensa e incontrolável mutação.
O autor também apontou que a metáfora popular de enxergar as organizações como organismos “focaliza a sua atenção em compreender e administrar as ’necessidades’ organizacionais e as relações com o ambiente”.
De acordo com Morgan, nesses “organismos”, acumula-se o pensamento e a prática que os fazem funcionar melhor, potencializando suas funções.
Nessa mesma trajetória, a sustentabilidade passa a ser não somente uma inquestionável necessidade, mas, em especial, uma questão de sobrevivência das gerações presentes e futuras.
Em um trabalho anterior, já abordei o fato de que a sustentabilidade define as ações e atividades humanas que buscam suprir as variadas necessidades, sem comprometer o presente e o futuro das próximas gerações. Dessa forma, a sustentabilidade está relacionada diretamente ao desenvolvimento econômico e material visando o mínimo de agressão ao meio ambiente, utilizando os recursos naturais de maneira mais inteligente para que se mantenham no futuro. Isso porque compreende-se que esses fatores vão favorecer a humanidade na possibilidade de garantir o seu desenvolvimento responsável.
A gestão sustentável como necessidade
Entende-se que a gestão sustentável é uma necessidade emergente para tornar o planejamento estratégico mais orgânico e dinâmico. Portanto, ela é muito importante para se empreender uma visão e missão mais responsiva às demandas específicas da contemporaneidade.
Para isso, a proposta é proporcionar aos profissionais das mais variadas áreas de conhecimento uma visão mais ampliada sobre a gestão sustentável e, consequentemente, o entendimento de informações diversificadas que possam promover uma melhor compreensão da possibilidade de integração das organizações, mercado e sociedade.
Nessa dimensão, fica evidente a necessidade dos profissionais redimensionarem a maneira de contemplar o ambiente global/local convertendo, dessa forma, essas condições em essenciais para o empreendimento constante de novas alternativas para o desenvolvimento sustentável em suas consequentes ações.
A partir dessa perspectiva, se conhece um pouco mais a gestão e a sustentabilidade com a intenção de compreender o quanto essa inter-relação tem potencialidade para se converter em uma gestão sustentável.
Além disso, é possível compreender o contexto histórico das variantes do tema e os diferentes conceitos dos mais variados autores e correntes filosóficas no que se refere à gestão sustentável.
Diante da emergência contemporânea própria do tema central “gestão sustentável” é importante privilegiar e se aprofundar nas seguintes temáticas: Gestão; Evolução da Gestão; Provisão à Gestão; a complexidade fundamentando a sustentabilidade; Sustentabilidade; Temática emergente na sociedade do século XXI; Sustentabilidade: Conceitos; Necessidades à Gestão Sustentável; Metodologias; Ferramentas para a Gestão Sustentável; Necessidades para sua implantação; Normas e Certificações; Ética e transparência; Ética; Transparência; Liderança Contemporânea; Ambiente Competitivo; Gestão e Tecnologia da Informação; Contratações Públicas Sustentáveis; Gestão Sustentável: Tendências; Globalização; Responsabilidade Socioambiental – como primordiais às nossas reflexões. Com o objetivo de trabalhar temáticas como essas para serem aplicadas em diferentes áreas do conhecimento, coordeno a Pós-graduação em Gestão Ambiental e Sustentabilidade, da FacRedentor no IESPE.
Qual é a contribuição da Gestão para o tema “sustentabilidade”?
Neste momento, podemos constatar que a gestão, aliada ao planejamento como função de crescimento das organizações, mercado e sociedade em seus diferentes níveis (estratégico, tático e operacional) – são capazes de criar um desenvolvimento mais orgânico e dinâmico nesses casos.
Na gestão, o planejamento estratégico tem um alcance considerável e, por isso, passa a ser executado pelos responsáveis máximos da empresa, mas sempre considerando o todo empresarial, que determinam os objetivos dentro de um prazo para com o mercado (curto, médio ou longo).
Já o planejamento tático, tem um escopo mediano no contexto da empresa e consiste no pensamento de como os meios e/ou recursos disponíveis podem e devem ser utilizados a fim de contribuírem para se alcançar bons resultados. Isso significa que normalmente esse planejamento se converte numa tarefa de gestão, muitas vezes executada por gestores/administradores.
O planejamento operacional é um pouco diferente dos demais, possuindo um alcance limitado por estar diretamente ligado à área técnica de execução e operação de um determinado plano de ação, sendo assim responsável pela operacionalização das atividades.
Diante dessa grande quantidade de variáveis, podemos concluir que estamos vislumbrando um cenário interessante para se pensar o surgimento de novas ideias diante das informações e conhecimentos advindos da era da informação. Tudo isso como alternativa para prever e, sobretudo, prover um desenvolvimento mais sustentável disseminador de responsabilidade socioambiental.
Para finalizar, embora tenha apenas revelado um pouco do que é esse grande tema chamado “gestão sustentável”, este texto tem como objetivo principal promover, numa perspectiva diferenciada e necessária, a busca da gestão como estratégia baseada na sustentabilidade.
Tal estratégia busca redimensionar o processo formativo pessoal, social e profissional como condição norteadora, com a intenção de provocar, através de estudos e práticas na área, uma expansão do pensamento e, principalmente, das ações sustentáveis em maior consonância com a academia e com o mercado.
Por fim, busca-se com este convite à reflexão apontar o quanto a gestão sustentável é necessária, simplesmente porque no mundo atual ela se torna, sim, imprescindível à criação e à inovação com mais respeito ao ambiente. Mesmo que essa meta não tenha sido alcançada totalmente até hoje, todos apostamos nessa melhoria da qualidade de vida a partir do mais sustentável desempenho da gestão.
MARUJO, M. P. Gestão Sustentável: condição essencial e possível. São Paulo: Perse, 2015.
MORGAN. G. Imagens da Organização. São Paulo: Atlas, 1996.