Aprenda adaptar a prescrição de exercícios de acordo com as dietas do nutricionista
Não é novidade para ninguém que o trabalho multidisciplinar é parte importante, se não fundamental, na hora de otimizar resultados (seja o ganho de massa muscular, a perda de gordura ou a melhora da performance). E sabemos que a cooperação entre personal trainer e nutricionista é de grande importância para a saúde e performance do aluno. Por isso, o profissional do Fitness sempre deve estar ciente de alguns processos básicos da nutrição do aluno para preparar-se e adaptar o seu trabalho quando necessário.
Se o personal trainer não está ciente de quais estratégias nutricionais o aluno está adotando para aquele período, o seu trabalho pode ficar comprometido. Ele pode exigir demais de um aluno com deficiência energética ou até não intensificar o trabalho do aluno que tem abundância de calorias na alimentação.
Para você entender como se portar em relação às diferentes estratégias adotadas pelos nutricionistas, hoje eu separei aqui 3 situações muito comuns e os cuidados que você deve ter para adaptar a sua prescrição.
Prática de Exercícios em Jejum
Imagine que o seu aluno chega para a sessão de treino em jejum. O que você deve fazer? Alguns nutricionistas recomendam a prática de exercício físico em jejum. Os motivos podem variar, desde adaptar melhor a rotina ou ao plano alimentar do cliente.
A melhora de resultados de perda de gordura através dessa prática são contestáveis. Alguns estudos já mostram que são pouco eficientes para esse fim. Porém, sabemos que essa estratégia não gera danos à saúde. Além disso, não prejudica a performance e também não faz o aluno perder massa muscular. Para alunos adaptados e que se sentem bem fazendo rotinas de treino em jejum, pode ser uma excelente opção.
O mais importante é ele estar adaptado a esse tipo de treinamento. A preferência de alguns alunos vem principalmente de não se exercitarem com a sensação de estômago cheio. Treinar com essa sensação é o que pode sim gerar danos à performance.
O mais importante é você certificar que o seu aluno se adequa bem a essa prática. É comum ter alunos que acreditam que isso pode otimizar a perda de gordura e que tentam se exercitar em jejum mesmo sentindo mal-estar. Isso pode gerar quadros hipoglicêmicos e desmaios. Você deve ficar atento se isso é uma prática viável para o seu aluno e não autorizar caso isso possa prejudicá-lo.
Dietas de baixo carboidrato
Atualmente, as dietas de baixo carboidrato estão chamando muito a atenção dos nutricionistas. Muitos que adotam essa estratégia estão focados na perda de gordura e alguns até em melhorar a performance. É isso mesmo! A estratégia de baixo carboidrato pode aumentar a performance. Foi o que alguns estudos relataram, em que atletas de endurance melhoraram a performance quando adaptados a dietas de baixo carboidrato.
Os cuidados que você deve tomar diante dessa estratégia são semelhantes aos do tópico anterior. Você deve analisar principalmente a adaptação do seu aluno com esse modelo alimentar e ter em mente que inicialmente pode haver uma perda de performance.
Alguns alunos podem demorar duas ou três semanas para estarem 100% adaptados a esse estilo alimentar e, assim, terem uma prática de treinamentos normal. Durante esse período, você deve treiná-lo normalmente, mas ficando atento a possíveis prejuízos de força muscular e performance de endurance que podem ocorrer.
Dietas hipocalóricas
É quase unanimidade que uma estratégia alimentar de emagrecimento deve ter um déficit calórico, ou seja, você deve gastar mais calorias do que consumir. Assim, surgem planos alimentares de restrição calórica.
Não há nenhum problema em praticar exercícios nesse estado: pelo contrário, é fundamental para otimizar os resultados. Principalmente porque a massa muscular do aluno acaba ficando comprometida quando ele passa por dietas hipocalóricas em períodos prolongados. E na literatura científica já existem evidências de que a maneira mais eficiente de reter a massa muscular é através da prática de musculação.
O maior cuidado que o personal trainer deve ter é em não exigir uma sobrecarga progressiva considerável nesse período. É comum haver um grande déficit de força durante o período de restrição de calorias, então é possível que o seu aluno não evolua as cargas de treino enquanto estiver utilizando essa estratégia alimentar.
Personal trainer e nutricionista – Conclusão
O mais importante de tudo é priorizar o contato direto com o nutricionista do seu aluno. Personal trainer e nutricionista sempre poderão contribuir um para o trabalho do outro, então é fundamental que você trabalhe em conjunto. Fazendo isso, você adapta melhor seu treinamento, o nutricionista elabora melhor a estratégia nutricional e o seu aluno otimiza os resultados.
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2 comentários em “Personal trainer e nutricionista: como considerar a alimentação no treino?”
Olá qual o endereço?
Olá, Valdirene! O IESPE fica na Av. Rio Branco, 3.480, Alto dos Passos (3º andar do prédio do Sírio Libanês) em Juiz de Fora, Minas Gerais 🙂