Aprenda quais são os fatores mais importantes para o emagrecimento saudável de seu cliente
A partir do momento em que compreendermos quais são os diversos “caminhos” que determinam o quanto nosso corpo torna-se capaz de estimular mais fortemente a “queima” de gordura, teremos encontrado a principal maneira de controlar a distribuição de nossa composição corporal. Principalmente se considerarmos que essa “queima” é uma forma de sustentar a demanda energética requerida por nossas funções vitais e movimento corporal
Antes de pensar em dietas ou programas de exercícios físicos avançados de emagrecimento, pense em “limpar” todo o lixo que bloqueia o caminho da queima de gordura. Ao remover as maiores “pedras” que bloqueiam nossas vias metabólicas, melhoramos consideravelmente a utilização de nossas reservas corporais de gordura e glicose. Embora ainda existam muitas “pedras” no caminho, as maiores serão inicialmente retiradas após removermos os péssimos hábitos de vida. Assim, vamos aos poucos removendo as menores, até a fase em que o metabolismo por si só, mesmo na presença de alguns “detritos”, é capaz de transpô-los rapidamente, ou seja, de maneira acelerada.
A partir desse racional, traçamos um paralelo entre melhora da atividade metabólica de nosso corpo e capacidade em aumentar a beta oxidação dos ácidos graxos mobilizados pela atividade hormonal, proteica e enzimática das vias responsáveis pela lipólise no tecido adiposo.
Diante da melhora e/ou dessas vias, somos capazes de promover um ambiente metabólico mais sensível ao emagrecimento e melhora da composição corporal. Em outras palavras, sabemos que a alimentação saudável é a base para se alcançar um bom estado de saúde, ainda mais quando associada à prática regular de exercícios físicos, e vice-versa, ou seja podemos melhorar nossa saúde e qualidade de vida através da mudança do estilo de vida sedentário e, ao mesmo tempo, conquistá-las através da melhoria de nossa alimentação.
Essa retroalimentação entre alimentação saudável e exercício físico possibilita, de maneira semelhante, a otimização dos vários caminhos regulatórios do metabolismo. Isso permite, por coexistência, que o funcionamento do nosso corpo seja potencializado de maneira exponencial, nos fazendo obter resultados positivos em menor espaço de tempo do que teríamos ao dissociá-los.
Esse elo, portanto, é a chave para o estilo de vida saudável, que só se torna realmente efetivo para a melhora da saúde e qualidade de vida, quando realizado de maneira crônica, ou seja, para o resto da vida.
A partir dessa sentença, fica evidente que a aderência ao estilo de vida saudável, que une tanto os aspectos alimentares quanto a prática regular de exercícios físicos, é o principal desencadeador das adaptações positivas que ambos componentes são capazes de desenvolver sobre aqueles que praticam hábitos saudáveis.
Entretanto, muitas pessoas sentem necessidade em saber qual é a melhor intervenção para o emagrecimento em se tratando de potencial emagrecedor.
O que é mais eficiente para o emagrecimento?
Já se sabe que a condição prioritária para emagrecer ou ganhar massa muscular, dois dos principais desejos daqueles que se engajam em programas de exercícios físicos ou dietéticos, é melhorar o funcionamento do metabolismo como um todo, ou seja, otimizar todas as vias responsáveis pela melhora metabólica.
Entretanto, embora não seja o principal fator responsável pela melhora dessas adaptações, o gasto energético pode ser um componente desencadeador desses estímulos que podem estar associados à melhora do metabolismo. Isso porque ele é considerado o produto final das reações metabólicas de nosso corpo para digerir, processar e absorver os nutrientes. Além disso, o calor gerado a partir das reações de “queima” de gordura e glicose provocadas pelo exercício físico pode ser um fator responsável pelo emagrecimento.
Em relação aos aspectos energéticos entre consumo e gasto (balanço energético), qual deles pode exercer maior influência sobre o ganho/redução do peso corporal? Já sei, lá vamos nós falar que o ganho de massa muscular, estimulado pela contração muscular é o grande fator do exercício físico e que, por isso, ele não pode ser dissociado da dieta e vice-versa. Sem dúvida, esse é um aspecto importante que justificaria a modulação de ambos.
Entretanto, existem outros fatores relevantes no processo de emagrecimento. A energia necessária para mover os músculos e para ser utilizada na queima de substratos energéticos (aqueles que acionarão os mecanismos envolvidos na melhora do metabolismo) faz parte do processo adaptativo. Por isso, muitas vezes as pessoas acreditam que comer muito (mesmo se exercitando muito) levará ao ganho de peso ou dificuldades em emagrecer. Essa condição de maior consumo energético para suprir o alto gasto desencadeado pelo exercício físico intenso e de longa duração é conhecida como “estado de alto fluxo de energia”: é responsável, em longo prazo, pelo desenvolvimento de profundas adaptações metabólicas duradouras e eficientes (ex: densidade mitocondrial).
É como se nosso corpo gastasse muita energia para pagar uma “evolução” dos diversos componentes das vias metabólicas de queima de gordura. E isso, em longo prazo, pode causar adaptações que permitem que seu corpo queime mais energia. É como se o motor 1.0 de seu carro aumentasse a eficiência de combustão a partir da quilometragem percorrida ao longo dos anos. Assim, quanto mais quilômetros o carro percorrer, maior será a evolução do motor. A consequência no seu corpo será principalmente oriunda da energia trabalhada pelo movimento e contração muscular do exercício físico, que permite que o corpo de maneira crônica aumente a oxidação de gorduras e, consequentemente, desenvolva um ambiente mais propício e eficiente para a redução da gordura corporal.
Por outro lado, o baixo fluxo de energia, ou seja, ingerir um percentual menor de energia derivada dos alimentos que compôe a dieta e também reduzir o dispêndio energético da atividade física, não potencializa em longo prazo a eficiência dos sistemas metabólicos de seu corpo.
Em outras palavras, dietas hipoenergéticas associadas ao baixo gasto energético do próprio exercício físico não são eficientes para sustentar o emagrecimento. Além disso, essa pode ser considerada uma estratégia de ganho de peso corporal, ao longo de três anos, ao menos em jovens do sexo feminino.
Embora exista diversas variáveis que devem ser analisadas no complexo emaranhado dos fatores envolvidos no emagrecimento, realizar exercícios físicos nunca será algo que não trará vantagens. Entretanto, é preciso uma avaliação e “dosagem” individualizada. É por isso que o profissional de Educação Física deve saber identificar como unir a prescrição do exercício físico ao planejamento alimentar proposto pelo nutricionista.
Todavia, nunca deixe de investir nas adaptações metabólicas do exercício físico e nutrição, pois elas são capazes de remodelar a eficiência metabólica de seu corpo. Para potencializar e garantir resultados seguros e sadios, você deve investir no conhecimento. Caso você seja profissional, o IESPE está aí para lhe ajudar, com pós-graduações da FacRedentor focadas em Fitness e Grupos Especiais. Caso seja leigo, procure saber sobre as especializações que o profissional que lhe assiste possui. Uma boa pós-graduação pode garantir a qualidade do serviço prestado pelo profissional em questão.
Referência
Hume DJ. Low energy intake plus low energy expenditure (low energy flux), not energy surfeit, predicts future body fat gain. Am J Clin Nutr. 2016 Jun;103(6):1389-96.
1 comentário em “O que contribui mais para o emagrecimento: alimentação ou exercício?”
Os comentários estão encerrado.