Entenda a importância de se especializar em Nutrição Hospitalar através dos conhecimentos e práticas utilizadas por esse profissional na UTI
Devemos ter em mente a importância do conhecimento em Nutrição Hospitalar para atender os pacientes da melhor forma possível. Já falamos aqui no Blog do IESPE sobre o estado nutricional de pacientes na UTI. Por isso, neste texto vou elencar as principais capacidades de um nutricionista especializado para suprir essa carência de nutrientes.
A condição grave na UTI deixa explícita a necessidade de especialização ou de qualificação permanente para os profissionais que pretendem iniciar a assistência a esses pacientes. E a importância da qualificação, treinamento e especialização dos nutricionistas é expressada nas próprias legislações, com apoio de instituições da área. Um importante exemplo é a AMIB (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) através da presidente do Grupo de Estudo de Nutrição, Sandra Justino:
“Considerando a especificidade desta população de paciente, para o Nutricionista atuar em UTI, além da graduação, recomenda-se ter no mínimo uma especialização em nutrição clínica ou residência clínica (com enfoque e prática em UTI) e/ou estágio prolongado em UTI, sob a orientação e supervisão de profissional capacitado e com longa experiência nesta área” (Entrevista completa no site da AMIB).
Por conta dessas recomendações, o IESPE oferece a pós-graduação em Nutrição Hospitalar Aplicada a UTI da Faculdade Redentor. Mas o que significa no dia a dia ser um profissional especializado na área? Confira 10 traços do perfil de qualificação de um bom nutricionista hospitalar na UTI:
1- Triagem nutricional:
Habilidade para realizar triagem nutricional de pacientes graves utilizando ferramenta especifica.
2- Avaliação nutricional:
Capacidade para realizar a avalição nutricional adequando os métodos de forma precisa não só nesse processo, mas também na função preditiva dos riscos inerentes ao estado nutricional desses pacientes.
3- Conhecimento dos nutrientes:
Conhecer em profundidade os nutrientes e seu impacto no tratamento nutricional para permitir a melhor ou mais adequada escolha, buscando sinergia com as demais disciplinas na terapêutica do paciente grave.
4- Avaliação das necessidades nutricionais:
Capacidade para dimensionar as necessidades nutricionais considerando a doença grave especifica com seus respectivos requerimentos de nutrientes em termos de quantidade e qualidade.
5- Conhecimento das dietas:
Conhecer as dietas com sua respectiva composição nutricional em profundidade tanto da dieta oral quanto da enteral ou parenteral para permitir uma escolha com maior aporte nutricional.
6- Prescrição personalizada e multidisciplinar:
Habilidade para prescrever a composição dietética da dieta considerando não só os requisitos da condição clínica do paciente como também o manejo da dieta sob o prisma da multidisciplinaridade.
7- Gestão de tarefas:
Habilidade para gerenciar suas tarefas pertinentes à assistência nutricional, mas também com capacidade para estimular correções entre as disciplinas, buscando a otimização da assistência nutricional nas interfaces que ocorrem com outros profissionais para o fornecimento da dieta e assistência.
8- Ferramentas e Indicadores de qualidade:
Conhecer e saber usar ferramentas e indicadores de qualidade, como: PDCA, SIPOC, Espinha de peixe, Estudo de causa e efeito, Diagrama de Pareto, Mapa de processo, etc.
9- Sistema de monitoramento:
Conhecer e saber trabalhar com sistema de monitoramento para avaliação constante dos resultados obtidos na assistência nutricional e também para implantar respectivos planos de ação para melhoria contínua.
10- Estrutura de assistência nutricional:
Ter habilidades para montar toda a estrutura de assistência nutricional seguindo os moldes e requisitos do programa de qualidade, dos órgão acreditadores ou requisitos governamentais com foco em segurança no processo da assistência nutricional. Dessa forma, consolida a assistência nutricional para as auditorias que vão atestar a eficiência do serviço.
Conclusão
As necessidades na área são fruto da grande mudança que está acontecendo no setor de saúde. E como as legislações pertinentes são muito recentes, esses ensinamentos ainda não foram incorporados pelas universidades formadoras de nutricionistas, o que reforça muito a necessidade dos profissionais nutricionistas se capacitarem com cursos de pós-graduação que focam exatamente no atendimento dessas qualificações. Assim, conseguem incorporar o diferencial decisivo na solidificação da sua carreira profissional em Nutrição Hospitalar.