Conheça o estado atual do ensino dos diferentes saberes e como aumentar o desempenho dos alunos através da Neurociência da Aprendizagem
Uma intersecção funcional é evidente entre todas as áreas do saber científico. A necessidade de criar novas ferramentas de ensino que otimizem o aprendizado une a informação e situa o aprendiz no tempo e no espaço e é imperativa para que melhoremos os índices de desempenho de nossos alunos em todas as avaliações aplicadas. Por isso, a Neurociência da Aprendizagem tem um papel muito importante na Educação.
Os índices são alarmantes. Na realidade nacional, a involução da linguagem matemática entre os alunos do ensino médio, por exemplo, acontece pelo segundo ano consecutivo de acordo com o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). Contudo, quando analisamos os dados comparativos internacionais é que a realidade se demonstra calamitosa. É o caso dos resultados no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), que é uma avaliação trienal focada em três áreas cognitivas – ciências, leitura e matemática.
A última edição, ocorrida em 2015, testou cerca de 540 mil estudantes de 15 anos de idade em 72 países. Nas três áreas avaliadas, ciências, leitura e matemática, os alunos brasileiros tiveram desempenho abaixo da média da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Se em ciências e leitura os dados revelaram estagnação, em matemática houve uma pequena queda na performance.
Entre as 72 nações, o relatório mostrou o País na 63ª posição em ciências, na 59ª em leitura e na 66ª colocação em matemática. Em ciências, os alunos brasileiros obtiveram 401 pontos contra 493 pontos da média da OCDE, em leitura 407 pontos ante 493, e em matemática 377 pontos contra 490.
Como aumentar o desempenho de nossos alunos com a Neurociência da Aprendizagem?
Em resposta a essa urgente demanda, a neurociência da aprendizagem convida a uma mudança de paradigma no hábito de estudos dos nossos alunos. Um mantra deverá ecoar em toda sala de aula: aula dada é aula estudada!
Parece um conceito simplório, mas na verdade é o que existe de mais sofisticado em neurofisiologia do comportamento. Por isso, aprofundamos nesse tema na especialização em Neuropsicopedagogia da UniRedentor.
Podemos dividir nosso cérebro em três áreas primordiais quando falamos de aprendizado. O Cerebelo se ocupa do aprendizado definitivo e nesse espaço é muito difícil escrever. Pense em como foi complexo aprender a andar de bicicleta, por exemplo, mas uma vez escrito, jamais esquecido (salvo em algum caso patológico, é claro).
A outra região é o Sistema Límbico. Aqui é que ficam registrados todos os eventos, sensações e emoções aprendidas durante nosso dia. A informação entra pelos nossos aparelhos sensoriais, mas não é fixada de imediato, causando uma saturação neuroquímica que nos leva ao estado de sonolência. Esse é o grande momento e definitivo operacional do aprender, pois se entrarmos em estado de sono sem ter reforçado a informação aprendida, ela será decodificada como sem importância e até mesmo deletada em muitos casos.
É, portanto, no período de sono conhecido como estado paradoxal que as funções cerebrais fixam a informação recebida pelo sistema límbico no terceiro grande núcleo, o Córtex. Aqui não é nem fácil nem difícil escrever, é esquisito. Para um aprendizado ser consolidado no córtex cerebral, é necessária uma mudança estrutural da rede neuronal envolvida.
Concluo deixando quatro passos definitivos para a mudança de paradigma educacional visando a excelência dessas relações:
1- Criar o hábito de estudar um pouco a cada dia: aula dada é aula estudada;
2- Reduzir o mundo virtual: linguagem pobre, pensamento pobre;
3- Ter coragem de remar contra a correnteza: chega de estudar para passar, vamos estudar para aprender;
4- Criar hábito de leitura: ler é um prazer e pensamento é linguagem, quem lê pouco, pensa pouco.
Espero que o conhecimento sobre a Neurociência da Aprendizagem tenha sido útil para você. Para mais textos sobre a Educação, fique atento ao Blog do IESPE.