Enfermeiro estomaterapeuta, o professor Alfeu Gomes avalia repercussão do caso Luke Bennett
Nas últimas semanas, imagens de um jovem britânico circurlaram a internet como um fenômeno. O motivo? Após passar por uma cirurgia onde retirou o cólon, Luke Bennett, de 20 anos, postou uma selfie, sem camisa, deixando sua bolsa de colostomia à mostra.
De acordo com a publicação do site da BBC Brasil, o jovem estudante de Direito da cidade inglesa de Swansea sofria, entre outros problemas, com dores, sangramentos e diarreias, resultado de uma colite ulcerosa diagnosticada há quatro anos.
Luke afirma ter tomado a iniciativa para ajudar outras pessoas que passam pelo mesmo problema. Questionado sobre sua inspiração, o jovem afirma ter tomado coragem após ver fotos da também britânica Bethany Townsend de biquíni exibindo a bolsa de colostomia nas redes, segundo a reportagem da BBC.
O enfermeiro Alfeu Gomes, supervisor do curso de pós-graduação Enfermagem em Estomaterapia com Ênfase em Feridas, Estomas e Incontinências da Faculdade Redentor no IESPe – Instituto Educacional São Pedro, examina como positiva a repercussão do caso: “Devemos acabar com o estigma de que ter uma colostomia deixa a pessoa sem condições de viver sua vida, manter suas relações, constituir uma família, estabelecer contatos, enfim, fazer a sua inserção no contexto social”, informa.
Além disso, o supervisor atribui ao enfermeiro estomaterapeuta uma responsabilidade de cuidar do bem-estar do paciente ostomizado, pois cabe também a ele a conscientização da nova condição do paciente: “é uma nova forma de vida, claro, mas isso não significa deixar de viver”, afirma Alfeu que propôs em uma experiência com os alunos da pós-graduação de Estomaterapia, que ficassem por 24 horas com uma bolsa de colostomia presa ao corpo, tendo que fazer todas as suas atividades diárias, como andar, passear, comer, praticar esportes, fazer sexo, entre outras. “A dinâmica nos permite mostrar uma pequena fração da vida com uma bolsa de colostomia. Não nos dá condições de afirmar exatamente o que é estar nesta situação, mas nos aproxima um pouco mais da realidade vivida por milhões de pacientes”, explica.
O professor ainda parabenizou os jovens pela coragem de mostrarem suas realidades: “a juventude têm uma força fantástica; tão grande, que nos fizeram, aqui, em outro continente, discutir esse assunto importante. Parabéns aos dois”, finaliza.
