Como podemos garantir a inclusão escolar para todos? – parte 2

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Entenda como deve ser a inclusão escolar para todos e de que maneira os professores podem promovê-la nos ambientes de ensino

 

Possibilitar a inclusão escolar é garantir acesso e permanência nos espaços formais de Educação, com qualidade para cada sujeito envolvido nesse processo. E quando falamos em “cada sujeito” estamos nos referindo a TODOS. Cada sujeito é único. Possui histórias e subjetividades que precisam ser pensadas, repensadas e respeitadas. Trabalhamos com vidas, sonhos e esperanças. Trabalhamos com o que de melhor existe dentro da escola: a criança aprendente.

Para que possamos ter uma verdadeira inclusão de TODOS, é necessário que se garanta acesso e permanência, igualdade e equidade, deveres e direitos, ser e estar. E esse processo só é possível através da participação ativa dos profissionais de Educação, especialmente aqueles da Psicopedagogia e Neuropsicopedagogia. Repensar a forma e os discursos que permeiam a educação inclusiva é algo que precisa ser realizado urgentemente na busca da promoção de uma inclusão de direitos para TODOS. Direito de aprender, de estar, de ser e de permanecer. Direito de ir e vir com autonomia e de ter sua cultura, língua e identidade respeitadas.

Neste texto vou abordar o papel do educador na garantia desses direitos. Aproveite para conferir a primeira parte sobre as políticas públicas de inclusão escolar.

 

A prática da inclusão escolar para todos

Muitas posturas, ações e reações na educação inclusiva passam por uma prática docente. Prática essa que nos faz crer que é possível transformar o amanhã e tornar a escola um ambiente realmente inclusivo.

No dia a dia, em minha atuação como formador, no encontro com outros docentes, nas relações dialogadas com colegas de profissão, percebo uma ânsia por orientações sobre a prática. Muitas vezes, a tão sonhada “receita” é o que nós profissionais da educação esperamos. O famoso “como fazer”. E na verdade, pensar a prática é refletir sobre a forma como vivenciamos o cotidiano escolar, como nos apresentamos diante aos desafios que a docência expõe e como enxergamos nossos alunos. Os percebemos como cidadãos críticos produtores de conhecimento? Ou como reprodutores de conteúdo? Isso faz toda a diferença.

Prática e reflexão são indissociáveis. Assim como docência e discência, o respeito e a alteridade, a estética e a ética. A prática docente consciente nos leva a pensar e a agir de acordo com concepções que enxergam nossos educandos enquanto seres cognoscentes, ou seja, com potencial para conhecer e adquirir conhecimento. E também como pessoas capazes de buscar e apreender saberes que estão implícitos nos currículos e ocultos em nossos discursos. Seres que interagem e agem de acordo com saberes práticos, que permeiam o seu cotidiano.

Devemos pensar uma prática de maneira a não colonizar. Uma atuação que liberta, que retira as amarras das classes hegemônicas, opressoras. Que seja capaz de acender o desejo pelo saber, a vontade de mudar e a necessidade de se repensar a posição que ocupamos atualmente. Uma prática que nos mova, que movimente multidões, que estabeleça diálogos e aceite o novo, o diferente, o diverso. Que aguce a curiosidade e exija empenho, comprometimento, respeito e disponibilidade. Ou seja, uma prática que nos faça sentir, perceber e acreditar em uma educação de qualidade, uma educação que liberta, que faz sonhar.

Isso é INCLUIR, isso é uma educação para TODOS.

 

Autor:

Gabriel Pigozzo
Mestre em Diversidade e Inclusão (UFF); pós-graduado em Docência e Tradução e Interpretação de Libras (Uníntese) e em Tecnologia Assistiva e Comunicação Alternativa (Uniseb).
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Gabriel Pigozzo

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