Fisioterapia Intensiva: como é o trabalho na área?

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Conheça os objetivos e capacidades do profissional da área

A Fisioterapia Intensiva é uma especialidade reconhecida pelo COFFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional) e pelas principais sociedades que trabalham com pacientes em Terapia Intensiva. Ela é especial, pois torna o profissional apto a lidar com o paciente crítico, aquele com suporte ventilatório, que possui limitação motora grave e outros problemas que exigem maior cuidado e conhecimento.  

Na minha experiência de quase 10 anos na área pude perceber como é crescente o papel do fisioterapeuta na UTI, se tornando o braço direito de membros da equipe multiprofissional desse setor.

Confira o vídeo sobre o tema que fiz com o enfermeiro intensivista titulado ABENTI/AMIB e supevisor de ensino do IESPE, Marcos Schlinz. Você também pode conferir o conteúdo da nossa conversa no texto abaixo.

Papel do fisioterapeuta em cuidados críticos

Esse profissional está focado em dois aspectos principais:

1- Respiratório: é o suporte ventilatório, com a parte de fisiologia respiratória, suporte respiratório, oxigenoterapia, ventilação mecânica não invasiva e ventilação mecânica invasiva e toda essa parte de cuidado respiratório do paciente, que é um dos motivos que o leva ao CTI

2- Motor: a fisioterapia motora inclui a parte de fortalecimento, reabilitação, prevenção de deformidades e tratamento de complicações relacionadas com a permanência desses pacientes que estão muito tempo imóveis no leito. É muito importante nesse contexto a mobilização precoce, cujo planejamento também é feito por esse profissional. No momento em que entramos na UTI já devemos pensar em mobilizar esse paciente o mais rápido possível.

Objetivo da Fisioterapia Intensiva

Há dez anos, quando me formei em Fisioterapia, o objetivo do nosso trabalho na UTI era simplesmente impedir o falecimento do paciente. Atualmente, ainda pretendemos evitar essa morte, mas também queremos que ele sobreviva e saia em condições de voltar para a sociedade. E é esse o grande diferencial do fisioterapeuta em terapia intensiva: o paciente não só permanece vivo, mas ele fica funcional e apto, com o mínimo de sequelas possíveis, menor tempo de internação e maior recuperação.

Com a presença do profissional da Fisioterapia Intensiva desde a fase mais crítica da internação desse paciente até o período de alta, dando essa assistência que deve ser o mais integral possível (tanto motora quanto respiratória), o tempo desse paciente na internação em terapia intensiva e no próprio hospital é diminuído

Além disso, ele trabalha com a família do paciente para que os cuidados continuem no ambiente domiciliar, e como consequência ele sai mais rápido e melhor da terapia intensiva.

Por isso falamos muito também do follow up ou acompanhamento pós-internação, que envolve a maneira com que o paciente continua a vida (o quão independente ele fica) e os cuidados que a família necessita ter. A fisioterapia iniciada no ambiente crítico já vai considerar essa recuperação no follow up. Assim, deixamos o paciente com menos sequelas a serem trabalhadas depois da internação.

Então esse é o principal objetivo de o fisioterapeuta estar atuando nesse espaço: favorecer a alta desse paciente, de maneira que ele saia melhor e mais rápido desse ambiente crítico.

Homecare e educação da família

Fisioterapia Intensiva - Blog do IESPEA reabilitação é 24 horas por dia então o fisioterapeuta dá assistência desde a terapia intensiva, no ambiente hospitalar ambulatorial, até o domiciliar. E a família é um elo importante nessa recuperação. Treinamos e ensinamos os familiares para acompanhar os atendimentos e aprender algumas condutas até que o paciente consiga realizar suas atividades no dia a dia. Isso inclui adaptações da casa ou do ambiente onde o paciente está para justamente permitir que ele seja o mais funcional possível depois de sobreviver a uma terapia intensiva.

Com muita excelência, os fisioterapeutas da terapia intensiva habilitam a família para fazer a adequada manutenção da via aérea desse paciente. O cuidador familiar ou responsável por esse paciente tem um papel primordial, pois ele deve continuar a reabilitação iniciada pelo fisioterapeuta, sendo treinado em todas as condutas necessárias.

Carreira profissional 

Mas será que me especializar em Fisioterapia Intensiva vai realmente impactar a minha vida profissional? Com certeza! Além de ser importante, o conhecimento em Terapia Intensiva agora não é um luxo e sim uma necessidade para quem quer trabalhar no ambiente hospitalar. Isso acontece porque o profissional se torna apto para atender qualquer outra área. Quem atende o paciente crítico em terapia intensiva, consegue atender qualquer outro tipo de paciente, que com certeza será menos complexo. O resultado é um profissional completo, com um olhar clínico mais aguçado.

Autores:

Karina Silva
Fisioterapeuta
Fisioterapeuta graduada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2009), participante do programa de Residência em Fisioterapia Hospitalar (RESPIRAFISIO) com título de Especialista Profissional em Terapia Intensiva, com área de atuação no Adulto pela ASSOBRAFIR, membro da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). Coordenadora da pós-graduação de Fisioterapia em UTI de Adultos, Pediátrica e Neonatal no IESPE. Experiência prática em clínica hospitalar e em terapia intensiva adulto, pediátrica e neonatal com envolvimento também na área científica.
Marcos Paulo Schlinz
Enfermeiro Intensivista Titulado ABENTI/AMIB
Formado em Enfermagem há 13 anos, sou apaixonado pelo trabalho de enfermeiro intensivista. Foi esse amor que me fez realizar uma especialização em UTI e compartilhar esse conhecimento como Supervisor de Ensino do IESPE/ UniRedentor e Diretor do BLS (Basic Life Support) pela AHA (American Heart Association). Além de atuar desde a formatura como enfermeiro do CTI Geral de Adultos da Santa Casa/JF, uma grande escola profissional e de vida, hoje sou membro da diretoria do Departamento de Enfermagem da AMIB (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) e da diretoria da ABENTI (Associação Brasileira de Enfermagem em Terapia Intensiva).

Picture of Karina Silva

Karina Silva

4 comentários em “Fisioterapia Intensiva: como é o trabalho na área?”

  1. Oi, bom dia. Estava pesquisando sobre o campo de trabalho da área e me deparei com o seu post! Muito interessante, a iniciativa foi ótima… Gostaria de saber se você, Karina, poderia me explicar mais sobre o seu curso. Nunca fui muito aberta para outros cursos, mas resolvi tentar e, chamou-me minha atenção

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  2. Boa noite!
    Essa área de Fisioterapia intensiva chamou minha atenção, gostei muito do post de vocês! Estou na metade da minha graduação de Fisioterapia e já estou pesando em seguir essa área.

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