Entenda como o exercício físico e alimentação prescrito pela Educação Física e Nutrição promovem uma vida saudável desde a gravidez até a terceira idade
Nosso corpo depende de oxigênio para sobreviver. Essa é a justificativa pela qual somos considerados seres aeróbios, diferentemente de fungos e algumas bactérias. Entretanto, o mesmo oxigênio retirado do ar que respiramos (que nos permite a oxidação de nutrientes e a geração de energia) também gera o que chamamos de estresse oxidativo, que nada mais é do que a “ferrugem“ corporal.
Exercício físico e alimentação são capazes de reduzir o estresse no qual nossas células são vulneráveis. É por isso que o estilo de vida saudável, principalmente regido por uma alimentação balanceada e pelo movimento corporal, que é proporcionado pela atividade física e gerenciado pelo bom estado psicológico, permite que vivamos por mais tempo.
Diante dessa situação, precisamos fornecer ao nosso corpo uma dose ideal e balanceada de exercício fisico e alimentação, que não seja nem insuficiente e tampouco excessiva. Ou seja, precisamos encontrar valores ótimos de nutrientes e exercício que nos aproximem o máximo possível do ideal, para mantermos nossas funções vitais e adaptações que otimizem positivamente nosso metabolismo. Também para que não excedamos ou sejamos insuficientemente capazes de suportar as demandas energéticas, nutricionais e metabólicas do corpo ao longo de nosso crescimento e principalmente envelhecimento.
Você deve estar pensando: Mas isso é quase impossível! Como saber exatamente o quanto preciso de nutrientes ou exercícios físicos? E quais são aqueles que se adaptam melhor ao meu estilo de vida e comportamento diário?
É exatamente isso que o nutricionista e o profissional de Educação Física são capazes de fazer. Mapear, identificar, avaliar e prescrever algo que seja o menos passível de erro. Nunca uma prescrição será 100% exata, visto que nosso corpo nunca “para”, ou seja, ele sempre estará ligado, contudo, de maneira dinâmica. Isso é o que permite que nós estejamos em alguns momentos mais ativos e em outros menos ativos, como no sono por exemplo, mas nunca estaremos desligados ou parados. Portanto, é necessário que esses profissionais tenham conhecimento para levar em consideração os inúmeros fatores que estão associados à prescrição individualizada da dieta e do treinamento físico. E a experiência profissional, estudo científico e pós-graduações em Nutrição em Educação Física serão as formas de adquirir esse conhecimento.
Exercício físico e alimentação nas fases da vida
Para cada fase da vida, a prescrição de exercício físico e alimentação necessita considerar novos fatores ou componentes adicionais. Durante a gestação, por exemplo, o aumento da demanda nutricional do feto eleva os valores de determinados nutrientes e restringe a amplitude de movimento para determinados exercícios. Já na infância, o aporte de alguns minerais deve ser ajustado à fase de crescimento e desenvolvimento. O aprendizado do movimento em si também deve ser priorizado em detrimento da perfeição do movimento realizado, buscando sempre o aumento do desenvolvimento do repertório motor.
Durante a puberdade, hábitos alimentares devem ser melhor trabalhados para que o adolescente incorpore práticas saudáveis de alimentação e aumente as chances de mantê-la ao chegar na vida adulta. Principalmente porque esse é um período em que o metabolismo tende a reduzir o grau de atividade e consequentemente aumentar os estoques de reserva energética na forma de tecido adiposo. Paralelamente, a prática de exercícios físicos se torna aliada nos contextos hormonais e de aproveitamento dos nutrientes vindos da alimentação, o que leva ao melhor uso para a construção da massa muscular e da redução dos estoques de gordura.
Ademais, o componente socializante de práticas de movimento corporal (esportes, lutas, ginásticas, jogos e danças) aumentam a interação entre os jovens, melhorando a autoestima e a relação interpessoal. Tudo isso reduz os sentimentos de isolamento e não aceitação social, melhorando a consolidação da identidade e personalidade.
Além disso, a prática de exercícios físicos reduz as adversidades adaptativas do aumento da liberação de hormônios, como testosterona. Sabe-se que esse hormônio tem como papel primitivo a preparação do corpo para se tornar mais ávido para a caça e fuga. Assim, é necessário aos mamíferos para se tornarem mais fortes e efetivos para sobreviver ao ambiente e, é claro, desenvolver a capacidade de reprodução da espécie, através do desenvolvimento das funções sexuais necessárias a perpetuação da espécie.
Educação Física e Nutrição no processo de envelhecimento
Ao longo da vida, nosso corpo, que é susceptível ao estresse oxidativo do oxigênio, começa a envelhecer. Sabendo dessa condição, um indivíduo que chega a essa fase da vida, levando consigo as adaptações adquiridas por bons hábitos (em especial exercício físico e alimentação) provavelmente chegará a essa etapa em melhores condições fisiológicas.
Estamos falando de características fisiológicas que ao avançar da vida se tornam menos eficientes devido principalmente à redução da atividade hormonal e à ferrugem do estresse oxidativo de nossas células. Alguns exemplos são: a força e resistência muscular, fadiga, cansaço; capacidade cardiorrespiratória e capacidades físicas funcionais destinadas a execução de tarefas diárias como locomoção, transposição de obstáculos, bom tempo de reação, capacidade cinestésica e raciocínio.
Todavia, ao preservar a integridade física e mental, através do exercício físico e alimentação saudável, um indivíduo otimiza diversos sistemas orgânicos de seu corpo de modo a evoluir o funcionamento dos mesmos e permitir maiores adaptações morfofuncionais. Um exemplo seria o aumento da massa, força muscular e aptidão cardiorrespiratória em períodos que antecedem o envelhecimento, que tornam o corpo menos vulnerável à redução das capacidades fisiológicas ao envelhecer.
É importante ressaltar que todas essas adaptações podem ser adquiridas e mantidas durante a fase de envelhecimento. O alcance e evolução das adaptações tornam-se menores, porém mantêm a eficiência. Principalmente para proporcionar ao idoso autonomia funcional para as tarefas diárias, prática de exercícios físicos e integridade psicológica, aspectos prioritários para a qualidade de vida e bem-estar biopsicossocial do idoso.
Portanto, visto a necessidade que nosso corpo apresenta quanto ao desenvolvimento de condições biológicas que permitem uma vida saudável e o menos passível a doenças e adversidades da vida, é necessário se atentar aos diversos aspectos envolvidos para se alcançar condições favoráveis à obtenção dessas qualidades. Intervenções profissionais especializadas e diferenciadas são necessárias para que se atinja esses benefícios, independentemente da fase da vida do sujeito. Ou seja, em se tratando do nutricionista e do professor de educação física, ambos deverão sempre estar presentes na vida cotidiana de todos.
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