Conheça o uso da escala de Braden para a correta prevenção e tratamento de lesões por pressão (LP) em hospitais e especialmente em UTIs
A escala de Braden é um recurso utilizado nas UTIs para medir o risco dos pacientes críticos desenvolverem lesões por pressão.
A partir do registro, os enfermeiros conseguem aplicar medidas preventivas e promover um tratamento mais eficaz, além de oferecer mais bem-estar para os pacientes.
Pensando em proporcionar o melhor conhecimento para a sua prática clínica, nós do IESPE desenvolvemos um curso online exclusivo que capacita para o uso da escala.
Vale destacar que a ferramenta não é a única disponível (diversas escalas são validadas, como por exemplo as de Norton e Waterlow), mas a de Braden é a mais utilizada no gerenciamento do cuidado aos pacientes críticos.
Nesse contexto, a escala de Braden é aplicada em instituições de saúde por todo o mundo e foi traduzida para mais de 16 idiomas!
Assim sendo, no texto de hoje do blog do IESPE, vamos ampliar seus conhecimentos sobre o tema nos seguintes tópicos:
- O que é lesão por pressão (LP)?
- Fatores de risco para a lesão por pressão
- O que é a escala de Braden?
- Tratamento de acordo com a intensidade na escala
- Classificação das lesões por pressão
- Como prevenir o desenvolvimento de lesões por pressão?
- Aprenda mais sobre a escala de Braden e destaque-se no mercado de trabalho
O que é lesão por pressão (LP)?
Antes de avançarmos sobre como funciona a escala de Braden, é importante contextualizarmos o conceito de lesão por pressão (LP).
Também conhecida como úlcera por pressão, a lesão por pressão é um dano localizado na pele e/ou tecidos moles subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivo médico ou a outro artefato. A lesão pode se apresentar em pele íntegra ou como úlcera aberta e pode ser dolorosa.
Em sua maioria, as LP são provocadas pela falta de movimento, juntamente com a pressão e fricção de superfícies na pele.
Frequentemente se desenvolvem em proeminências ósseas, como é o caso de tornozelos, calcâneos, trocânteres e cóccix.
Além disso, o processo é intensificado pela umidade e deficiência nutricional do paciente, deixando a epiderme mais vulnerável ao baixo nível de oxigênio e nutrientes nos tecidos.
Fatores de risco para a lesão por pressão (LP)
Sob o mesmo ponto de vista, alguns pacientes merecem atenção especial, pois possuem uma ou mais limitações que aceleram o desenvolvimento de lesões por pressão. São eles:
- idosos;
- pessoas com pouca mobilidade;
- lesão medular;
- doenças degenerativas;
- pele frágil;
- incontinência urinária ou intestinal;
- desnutrição;
- obesidade;
- problemas de circulação arterial.
O que é a escala de Braden?
A princípio, a escala de Braden é um recurso utilizado para identificar pacientes em risco para úlceras por pressão.
Desenvolvida por Barbara Braden e Nancy Bergstrom, em 1988, a escala é amplamente utilizada por profissionais da saúde ao redor do mundo.
Assim sendo, o profissional responsável analisa seis fatores principais e pontua de 1 a 4, sendo maior quanto mais positivo for o estado do paciente. São eles:
- percepção sensorial;
- umidade;
- atividade;
- mobilidade;
- nutrição;
- fricção e cisalhamento.
Em seguida, é necessário somar os valores, que resultará em um número entre 6 e 23, indicando o estado da lesão e quais práticas seguir após a avaliação.

Segundo Roberta Teixeira Prado, enfermeira e doutora na área, além de instrutora no curso BLS – Basic Life Support e docente na pós-graduação em UTI, esse recurso é importantíssimo para o atendimento:
“Compete ao enfermeiro identificar, planejar e executar medidas preventivas de acordo com a necessidade de cada paciente.”
Vale destacar que Roberta publicou um trabalho científico sobre o uso da ferramenta nesse ambiente e é professora do curso online sobre a escala de Braden.
Tratamento de acordo com a intensidade na escala
De acordo com o protocolo oficial do Ministério da Saúde, atualizado em 2022, essas são as medidas preventivas que devem ser tomadas conforme a classificação de risco:
Risco baixo (15 a 18 pontos)
- Cronograma de mudança de decúbito;
- Otimização da mobilização;
- Proteção do calcanhar;
- Manejo da umidade, nutrição, fricção e cisalhamento, bem como uso de superfícies de redistribuição de pressão.
Moderado (13 a 14 pontos)
- Continuar as intervenções do risco baixo;
- Mudança de decúbito com posicionamento a 30°.
Risco alto (10 a 12 pontos)
- Continuar as intervenções do risco moderado;
- Mudança de decúbito frequente;
- Utilização de coxins de espuma para facilitar a lateralização a 30º.
Muito alto (≤ 9 pontos)
- Continuar as intervenções do risco alto;
- Utilização de superfícies de apoio dinâmico com pequena perda de ar, se possível;
- Manejo da dor.
Além disso, é importante ressaltar que a assistência ao paciente deve ser sistematizada e individualizada.
Classificação das lesões por pressão
Segundo o NPIAP (National Pressure Injury Advisory Panel), as lesões por pressão devem ser classificadas da seguinte forma:
Como prevenir o desenvolvimento de lesões por pressão?
Ainda conforme o protocolo lançado pelo Ministério da Saúde, existem seis etapas essenciais no processo de prevenção:
- Avaliação integral dos pacientes na admissão: análise do risco de desenvolvimento da lesão (por meio da escala de Braden) e inspeção da pele na procura de lesões já existentes;
- Reavaliação diária de risco de desenvolvimento de LP em todos os pacientes internados: garante uma estratégia ajustada às necessidades individuais;
- Inspeção diária da pele: avaliação de todo o corpo do paciente, dando atenção especial aos locais em que essas lesões são mais comuns;
- Manejo da umidade: limpeza cuidadosa que também minimize a irritação e ressecamento da pele unida à utilização de hidratantes e produtos de barreira;
- Otimização da nutrição e da hidratação: fornecer líquidos, proteínas, ingesta calórica e suplementos nutricionais de acordo com a necessidade e consulta de nutricionistas/nutrólogos;
- Minimizar a pressão: redistribuição da pressão por meio do reposicionamento do paciente de acordo com a rotina institucional e demanda apresentada, além da utilização de superfícies feitas com essa finalidade (colchões específicos, travesseiros e coxins).
Aprenda mais sobre a escala de Braden e destaque-se no mercado de trabalho
Em resumo, a escala de Braden tem fácil aplicação, custo quase inexistente e é capaz de alterar a forma como se presta o cuidado. Além de respaldar cientificamente as intervenções de Enfermagem e orientar a assistência multiprofissional.
Ou seja, o profissional especializado no tema conquista mais segurança, credibilidade e, consequentemente, mais oportunidades no mercado de trabalho.
Por isso, é imprescindível aprimorar os seus conhecimentos com conteúdos atualizados e profissionais da área especialistas no assunto, a fim de alavancar a sua carreira e proporcionar o melhor cuidado com o seu paciente.
A equipe do IESPE está à disposição para te ajudar com cursos de pós-graduação e extensão especializados para a área da saúde: Educação Física, Enfermagem, Fisioterapia, Gestão da Saúde, Medicina, Nutrição, Psicologia.
Por fim, te convidamos a continuar se especializando com os conteúdos do blog do IESPE. Confira o passo a passo da escala de coma de Glasgow, outro recurso importante para a nossa área e para a sua carreira.
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