Emagrecimento rápido: faz mal ou deve ser apoiado por profissionais?

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Conheça os efeitos da perda de peso acelerada na composição corporal e saúde do aluno

Muitas pessoas acreditam que emagrecer o máximo possível e em um espaço de tempo reduzido é sempre o melhor a ser feito. Mas isso não é verdade! Se o seu aluno está buscando um emagrecimento rápido por métodos extremos, é importante explicar os reais efeitos dessa prática. Devemos entender que peso corporal não é um reflexo direto do emagrecimento, visto que fluidos e excrementos fazem parte desse peso e, por conta disso, podem exercer influência sob o quadro transitório ponderal.

Para pensarmos em emagrecimento propriamente dito, devemos focar em composição corporal, pois tanto para emagrecermos quanto para ganharmos peso necessitamos melhorar nossos tecidos. Assim, conseguimos desbloquear o metabolismo, que tende a estar prejudicado principalmente devido ao aumento da massa adiposa corporal e sua direta liberação de agentes inflamatórios. Quando liberados em grande quantidade, esses agentes bloqueiam a magnitude com que nosso corpo processa nossas reservas de energia, em especial o tecido adiposo.

Emagrecimento rápido e o cérebro

O emagrecimento rápido induz mudanças no comportamento do metabolismo, a fim de reganhar o peso perdido. Seu corpo se acostuma com a composição corporal que ele possui ao longo dos anos e, a partir da “memorização” contínua do estado nutricional, há uma incorporação de que o peso que sempre lhe acompanhou deve ser o ideal, haja vista a consolidação desse estado pelo seu cérebro.

Sim, o cérebro é um dos principais órgãos responsáveis pela coordenação entre ganho e perda de peso. Quando você emagrece alguns quilos, você está enviando sinais ao seu cérebro que decodificam a informação de que você está com uns quilos a menos. Por conta disso, ele vai ajustando as informações para que seu corpo coordene o metabolismo de modo a funcionar proporcionalmente ao novo peso ou quantidade de massa muscular, que, diga-se de passagem, é muito melhor.

Por que métodos extremos não funcionam em longo prazo?

Dietas extremas, exercícios extenuantes ou ainda remédios para emagrecer podem levar a uma rápida perda de peso, geralmente acima de 1 quilo por semana. Embora reduzir os estoques adicionais de gordura (principalmente a visceral) seja sempre um bom negócio para a saúde, é necessário entender que o rebote (reganho de peso) tende a ser mais rápido quando utiliza-se estratégias muito rápidas para perda de peso. Isso pode levar a um comprometimento maior da saúde, principalmente a nível psicológico, uma vez que o indivíduo pode perder toda a motivação para a adoção de um estilo de vida saudável e hábitos comportamentais que levam ao emagrecimento.

Os estudos mostram que uma perda de peso de aproximadamente 4 quilos por mês tende a ser o ideal para não desencadear um grande reganho de peso. Outra questão relevante é a de que seu corpo vai “lutar” para não perder muito peso, portanto é provável que a perda de peso no mês conseguinte seja menor que o mês anterior e assim sucessivamente.

Como consolidar o emagrecimento?

Para que haja uma consolidação do novo peso alcançado, o cérebro precisa aproximadamente de 1 ano contínuo com o novo estado nutricional, isso é, após 12 meses mantendo o novo peso é que ele de fato entenderá e assimilará que é necessário fazer ajustes duradouros no metabolismo, dificultando assim o reganho do peso perdido.

Para emagrecermos de maneira saudável e duradoura é primeiramente necessário compreendermos como nosso corpo funciona, para depois traçarmos as estratégias comportamentais de exercício físico e nutrição que mais se aproximam do perfil e individualidade biológica daquele que quer emagrecer.

Referências

Hall DK, Kahab S. Maintenance of lost weight and long-term management of obesity. Med Clin N Am 2018;102:183-197.

Paes, Santiago T. et al. Metabolic effects of exercise on childhood obesity: a current view. Revista Paulista de Pediatria. 2015;33(1):122-129.

Paes, Santiago T. et al. Childhood obesity: a (re) programming disease? J Dev Orig Health Dis. 2015, 1-6.

Autor:

Santiago Paes
Educador físico
Graduado em educação física – UFJF | Mestre em educação física – UFJF/UFV | Pós graduado em atividade física na saúde e Reabilitação cardíaca- UFJF | Pós graduado em ciências do treinamento Desportivo – UFJF | Atuação como educador físico no Instituto Mineiro de estudos e pesquisas em nefrologia da UFJF e no centro hiperdia de atenção secundária a saúde | Atuação como professor de educação física na rede Sarah de hospitais de reabilitação unidade Salvador- Bahia | Revisor da revista Paulista de Pediatria e da Internacional Journal of Endocrinology and Metabolic Disorders | Mais de 20 artigos científicos publicados em revistas nacionais e internacionais.
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