Como utilizar o DEA (Desfibrilador Externo Automático)?

Facebook
WhatsApp
LinkedIn
Twitter

Aprenda a manusear corretamente o Desfibrilador Externo Automático e salve vidas de pacientes que sofrem com uma Parada Cardiorrespiratória

O DEA (Desfibrilador Externo Automático) é um aparelho portátil utilizado no diagnóstico e tratamento de algumas arritmias malignas da Parada Cardiorrespiratória, como principalmente a FV (Fibrilação Ventricular).

Por que esse recurso é tão importante? A PCR mata mais do que o câncer e Aids e é um mal que acomete pessoas de vários perfis, muitas até que não possuem problemas cardíacos.

O serviço de Atendimento Pré-hospitalar foi criado para tratamentos como esse, mas por mais que o tempo de resposta seja curto, muitas vezes não conseguimos chegar em tempo hábil para atender esses pacientes. Por isso a necessidade do conhecimento de leigos sobre essa assistência e da disponibilidade do aparelho em locais de grande circulação. A carência de atendimento pela população foi o motivo para o desenvolvimento de iniciativas como o Dia Mundial da Reanimação Cardiopulmonar, por exemplo.

E mais importante ainda é que o próprio profissional de saúde (seja da Enfermagem, Medicina ou outras áreas) conheça muito bem o uso do DEA e seja multiplicador da prática, salvando vidas. Não à toa, em cursos de extensão aprofundamos no uso desse aparelho, que também deve estar presente nas ambulâncias para uso diante da Parada Cardiorrespiratória.

 

4 etapas do Desfibrilador Externo Automático

Existem vários modelos de DEA (Desfibrilador Externo Automático), mas eles possuem dispositivos padronizados para facilitar o manuseio. Para operar o aparelho, basta seguir as seguintes etapas:

1- Ligue o DEA

Após pressionar o botão de ON/OFF, escute as instruções em português que serão feitas pelo aparelho e siga elas na ordem e momento indicados.

2- Instale os eletrodos no tórax

Quando o aparelho indicar a necessidade de posicionar os eletrodos, siga as instruções de onde devem ser colocados. A maior parte dos DEAs possuem um desenho explicativo no próprio eletrodo que resume a seguinte posição:

  • Eletrodo do lado direito do paciente: precisa ser colado abaixo da clavícula, na  linha hemiclavicular.
  • Eletrodo do lado esquerdo do paciente: deve ser posicionado nas últimas costelas, na linha hemiaxilar (abaixo do mamilo esquerdo).

O posicionamento é feito dessa forma porque o choque deve passar por dentro do tórax para atingir um maior número de fibras cardíacas. O objetivo é causar uma “pane” no coração que não está batendo direito, para que ele possa então ser “resetado” / “zerado”, na possibilidade de ser reiniciado e funcionar de forma organizada.

3- Analise o ritmo

O aparelho irá pedir para que seja instalado o cabo no DEA, na luz que está piscando. Nesse momento será feita a análise do ritmo e o aparelho irá decidir se ele é chocável ou não. Não sendo chocável, continuamos com as compressões, pois ele está em uma parada cardíaca por assistolia ou AESP (Atividade Elétrica Sem Pulso).

4- Deflagre o choque 

Antes de deflagrar o choque, de acordo com o direcionamento do aparelho, dê a ordem para que os presentes se afastem e certifique-se de que não há ninguém próximo e principalmente encostando no aparelho ou paciente.  Deflagre o choque e comece imediatamente depois a fazer a compressão cardíaca para que o coração comece a ter novamente a sístole e diástole fisiológica.

A cada dois minutos, ele irá analisar o ritmo novamente e informar qual deve ser a próxima ação. O DEA deve ser mantido no paciente até a chegada do Suporte Avançado de Vida.

5 situações especiais no uso do DEA

Apesar da facilidade de operar o Desfibrilador Externo Automático, existem casos que demandam conhecimentos específicos de profissionais e leigos. Conheça cinco deles:

1- Homens com excesso de pelo no tórax

Nessa situação, os eletrodos colam nos pelos e não na pele. Por isso, o aparelho não tem uma aderência suficiente para fazer a análise do ritmo e o choque não é deflagrado. É preciso raspar a área para depois posicionar os eletrodos.

2- Pacientes que usam marca-passo

Não podemos colar o eletrodo em cima do marca-passo, pois ele pode interferir a ação do DEA.

3- Pessoas com medicamentos em adesivo

Não podemos colar os eletrodos em cima de medicamentos adesivos, como os de nicotina ou anticoncepcional. É preciso retirá-los para então seguir com o procedimento.

4- Paciente submerso ou molhado

Se o paciente estiver com o tórax molhado, é preciso secar a área em que será colocado o eletrodo. Caso esteja submerso, o posicionamento do aparelho só é permitido após a retirada do paciente do local. Na água o choque irá dissipar, não indo para as fibras cardíacas.

5- Crianças

Acima de 8 anos o paciente é considerado como um adulto e pode usar o aparelho. Abaixo disso, ele é atendido como criança em relação à desfibrilação. O DEA sempre possui eletrodos que são específicos para crianças, um botão de seleção da idade ou um atenuador de carga, que garante que a distribuição elétrica será somente a necessária.

Confira o Live do IESPE que fiz com o enfermeiro Marcos Schlinz sobre o tema:

Autores:

Amanda Dias
Enfermeira
Enfermeira Intensivista e Emergencista. Coordenadora e docente da Pós-graduação de Urgência e Emergência da UniRedentor/IESPE. Docente e Instrutora do curso de extensão APH Trauma – IESPE. Instrutora do BLS – Basic Life Support/AHA. Enfermeira no SAMU Três Rios e na Fundação Hemominas de Juiz de Fora.

Marcos Paulo Schlinz
Enfermeiro Intensivista Titulado ABENTI/AMIB
Formado em Enfermagem há 13 anos, sou apaixonado pelo trabalho de enfermeiro intensivista. Foi esse amor que me fez realizar uma especialização em UTI e compartilhar esse conhecimento como Supervisor de Ensino do IESPE/ UniRedentor e Diretor do BLS (Basic Life Support) pela AHA (American Heart Association). Além de atuar desde a formatura como enfermeiro do CTI Geral de Adultos da Santa Casa/JF, uma grande escola profissional e de vida, hoje sou membro da diretoria do Departamento de Enfermagem da AMIB (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) e da diretoria da ABENTI (Associação Brasileira de Enfermagem em Terapia Intensiva).
Foto de Marcos Schlinz

Marcos Schlinz

Professor de Pós-graduação e Extensão do IESPE; Diretor de BLS (Basic Life Support) e Instrutor do ACLS (Advanced Cardiovascular Life Support) pela AHA; Enfermeiro Intensivista Titulado em Terapia Intensiva pela ABENTI/AMIB; Membro da Diretoria da ABENTI; Membro do Depto. de Enfermagem da SOMITI. Vice-coordenador do Núcleo da Zona da Mata Mineira da REBRAENSP.

Posts relacionados