Carta aberta sobre meio ambiente e sustentabilidade

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Propostas  para a sociedade e autoridades a partir do “Encontro meio ambiente e sustentabilidade na atualidade: reflexões e debates como necessidades às ações”, promovido no IESPE – Juiz de Fora-MG 

Não há mais razão objetiva para tanto sofrimento humano. As existentes são de natureza subjetiva”. (Desconhece-se o autor).

Há tempos, diante dos graves problemas que estão atingindo a Humanidade em todas as dimensões do ser humano, i.é, biológica, psicológica, social e espiritual, as ações voltadas à conservação, prevenção, preservação, mitigação, restauração e reabilitação do meio ambiente natural, cultural, artificial, genético e do trabalho já não oferecem soluções para os riscos a que a continuidade da espécie humana sobre o Planeta Terra está exposta, devido à destruição que causamos em nosso habitat.

Nossa inteligência não foi capaz de superar nossa insensatez e cupidez. Consumimos o capital natural que propicia a vida, em vez de conscientemente utilizar apenas seus rendimentos.

Da história da Arca de Noé passamos, com isso, à da Nau dos Afogados, na qual todos nós estamos, sem exceção, graças ao nosso comportamento autofágico e inconsequente.

Já no estertor de nossa “civilização”, num derradeiro esforço de sobrevivência, pensadores, cientistas, políticos, ambientalistas, dentre outros, vêm se dedicando a estudar e a desenvolver políticas e tecnologias aptas a minorar os danos que estamos nos auto-infligindo e a encontrar caminhos que nos permitam usufruir de uma vida sadia e mais justa para todos.

Eis que surge então, em 1987, no Relatório Nosso Futuro Comum, lançado pela ONU, a definição de Desenvolvimento Sustentável. Trata-se de uma expressão ainda incompleta ou não definitiva, mas que teve o mérito de trazer para discussão da sociedade o conceito de necessidades e a ideia de limites, uma vez que, segundo o Relatório, desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer as capacidades das futuras gerações de satisfazerem as suas próprias necessidades.

Ocorre que a amplitude e a imprecisão desse conceito o tornam inoperante e, consequentemente, incapaz de lidar com as iminentes e insustentáveis demandas da sociedade contemporânea.

Já o termo sustentabilidade nos traz a ideia de que a vida consiste num sistema, ou seja, num conjunto complexo de elementos (fatores humanos e naturais), entre si, interligados e interdependentes. Refere-se à existência de condições ecológicas necessárias para dar suporte à vida humana em um nível específico de bem-estar.

Embora, até o presente, haja quem entenda desenvolvimento sustentável como sinônimo de sustentabilidade, há, por outro lado, quem os distinga.

Desenvolvimento sustentável pode ser compreendido como o caminho para se alcançar a sustentabilidade, isto é, a sustentabilidade é o objetivo final, de longo prazo. Enquanto a sustentabilidade seria o equilíbrio entre os três pilares: ambiental, econômico e social. A sustentabilidade pode, portanto, ser concebida como um processo contínuo ou um objetivo final.

O campo da sustentabilidade está em ascensão, e traz consigo muitos desafios, tais como: necessidade de pesquisas aplicadas que produzam resultados práticos; encontro do equilíbrio nos pilares: economicamente viável; socialmente justo e ambientalmente correto; índices e/ou indicadores para avaliação da sustentabilidade de longo prazo; alinhamento de objetivos com indicadores identificados.

Em setembro de 2015, foi aprovado, por consenso, na Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, por líderes mundiais – de Governo e de Estado –, o documento Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. A Agenda é um plano estratégico de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade que busca fortalecer a paz universal com mais liberdade, e reconhece que a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global para o desenvolvimento sustentável.

A Agenda consiste em uma Declaração, 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e 169 metas, uma seção sobre meios de implementação e de parcerias globais, e um arcabouço para acompanhamento e revisão.

Já a plenária da COP 21, a Cúpula do Clima de Paris, aprovou, em dezembro de 2015, o primeiro acordo de extensão global para diminuir as emissões de gases do efeito estufa e para lidar com os impactos das mudanças climáticas. O Brasil é um de seus signatários.

O acordo determina que seus 195 países signatários ajam proativamente para que a temperatura média do planeta sofra uma elevação “muito abaixo de 2°C”, mas “reunindo esforços para limitar o aumento de temperatura a 1,5°C.”

Ante o exposto, e seguindo a máxima do Presidente da Global Marketing, o canadense Frank Feather: Pensar globalmente, agir localmente”, os debatedores presentes ao encontro, realizado pelo IESPE *, em 20 de julho de 2016, propuseram as seguintes ações à sociedade e as autoridades juiz-de-foranas:

 

* ENCONTRO MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE NA ATUALIDADE: REFLEXÕES E DEBATE COMO NECESSIDADES ÀS AÇÕES

 

Propostas:

 

– Criar um site sobre o Meio Ambiente e Sustentabilidade no Município;

– Criar publicações sobre as temáticas: Meio Ambiente e Sustentabilidade;

– Constituir um Corpo de Voluntários Especialistas em Meio Ambiente e Sustentabilidade;

– Criar Softwares para controlar as ações sobre o Meio Ambiente: Urbano e Rural;

– Lançar o Projeto “Primeiros Passos Ambientais” (a partir da Educação Infantil e se expandindo para todos os Níveis de Ensino);

– Promover o Turismo Sustentável – urbano e rural – como nova alternativa para promover o desenvolvimento sustentável municipal;

– Estabelecer uma política de Governança no Município sobre Ambiente e Sustentabilidade.

– Criar mais Unidades de Conservação (UC) no Município;

– Ampliar as políticas de Fiscalização sobre as Unidades de Conservação;

– Promover a Educação Ambiental em parceria com as empresas.

– Trabalhar Meio Ambiente e Sustentabilidade na perspectiva da Complexidade e da Diversidade;

– Tornar a interdisciplinaridade condição indispensável para se promover o Meio Ambiente nos ambientes institucionais e organizacionais, em especial, educacionais.

– Dar continuidade a eventos como o “ENCONTRO MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE NA ATUALIDADE: REFLEXÕES E DEBATE COMO NECESSIDADES ÀS AÇÕES “ e manter o seu foco ideológico;

– Perseverar com eventos sobre meio ambiente em distintos segmentos da sociedade;

– Mapeamento das Fontes (nascentes na Região urbana e rural de Juiz de Fora e criar uma cultura de preservação sobre esta condição essencial à vida: água);

– Criar Feiras a partir do aproveitamento de alimentos em perfeito estado para consumo, mas com aparência relegada para o mercado/venda;

– Convocação dos setores (1º, 2º e 3º) para repensar e redimensionar ações sobre o meio ambiente em Juiz de Fora;

– Criação de usina de reciclagem e posto de coleta seletiva em pontos estratégicos da cidade;

– Levantamento demográfico (PERFIL SOCIOCULTURAL/ ETÁRIO/ LABORAL/ EDUCACIONAL) da população rural;

– Adoção de Software específico para gestão sustentável em Educação;

– Adoção de Software específico para gestão sustentável de empresas;

– Parcerias com agronegócio para ações sustentáveis na comunidade rural.

– Promover uma Cultura de Turismo capaz de favorecer novos negócios sustentáveis;

– Criar ações pautadas numa economia ecológica;

– Criar novas políticas e ações de gestão integrada de resíduos sólidos, otimizando a operação da unidade triagem da Região Norte e coleta seletiva e implantação de central de triagem dos resíduos da construção civil;

– Promover compostagem e/ou suinocultura com restos de feiras e de grandes fontes geradoras de matéria orgânica;

– Promover diagnóstico e plano de recuperação das saibreiras abandonadas e outros focos erosivos na área urbana e rural;

– Promover a agrossilvicultura em sistemas agloflorestais (fruticultura);

– Promover a educação ambiental integrada e crítica para educadores, gestores e funcionários dos setores público, privado e do terceiro setor;

– Promover a capacitação de agentes municipais sobre a manutenção conservacionista das estradas rurais e obras públicas;

– Ampliar arborização da malha urbana, cuidados de conservação e plantio de espécies frutíferas nos quintais;

– Promover destino mais sustentável no corredor ferroviário e no canal e talude do rio Paraibuna da Região Norte a Sul.

– Viabilizar a possibilidade dos Candidatos à Prefeitura se comprometerem com o Programa: Cidades Sustentáveis;

– Tornar a questão meio ambiente inter-setorial;

– Propor mudanças na Lei Orgânica e Códigos Específicos diante de suas obsolescências, por consequência, ausência de eficácia, eficiência e efetividade;

– Criar ações para preservação dos mananciais.

– Empreender e respeitar o ciclo de regeneração das empresas em prol do desenvolvimento sustentável;

– Criar uma aliança empreendedora capaz de tornar o município mais orgânico e dinâmico no que se refere a sua prospecção intrínseca à questão socioambiental.

 

Assinam esta carta:

 

Marcelo Pereira Marujo – Coordenador da pós graduação em Gestão Ambiental e Sustentabilidade da FacRedentor no IESPE.

Alex Fernandes Santiago – Promotor de Justiça de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural de Juiz de Fora.

Artur Marecos Parreira – Doutor em Psicologia (Portugal) e Consultor Internacional nas áreas: Ambiente e Humanização.

Claudio Burlas de Moura – Pós-Doutor em Políticas Públicas e Formação Humana.

José Mário de Oliveira – Diretor da Biokratos Soluções Ambientais.

Wilson Acácio – Geógrafo e Ambientalista.

Eduardo Lucas – Engenheiro Urbanista e Pós-graduado em Economia e Comércio Exterior.

 

 

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