Descubra como a disrupção digital afeta a Arquitetura e Engenharia
A disrupção digital é uma denominação utilizada para descrever inovações que geram mudanças no comportamento do mercado consumidor a partir de novos produtos e formas de oferecer serviços, com o uso de tecnologias que alteram a percepção do ambiente construído, premissas de espaços e instalações, bem como a relação dos usuários com esses ambientes e das pessoas entre si. Exemplos não faltam, como o ensino EAD, Uber, Netflix, Youtube e, no nosso contexto, o BIM na construção civil.
Essa inovação vem em ondas, de tempos em tempos, gerando rupturas nos diversos meios produtivos e na realização de negócios. Computação, internet, celular, tablets e outros mais são exemplos dessas “ondas” de inovação.
Na indústria AECO (Arquitetura, Engenharia e Construção), estamos vivenciando tal fenômeno, com a ascensão de novas tecnologias (não estamos aqui falando especificamente de softwares, mas algo muito mais abrangente e menos pontual) que impactam todos os processos do ciclo de vida do empreendimento (edificações, infraestrutura, indústria, utilidades), desde o planejamento, passando por projeto, planejamento físico da obra, orçamentação, execução, gestão de ativos e demolição/requalificação.
BIM na construção civil
Nesse cenário, o BIM e suas ferramentas colaborativas e integradas surgem como uma resposta imediata, otimizando processos e incertezas, gerando ganhos de produtividade e assertividade financeira no projeto e obra.
O BIM é uma disrupção em relação à tecnologia predecessora (CAD), com modificações profundas no trato com a informação, na integração de todo o conteúdo projetual em um banco de dados interativo, estruturado e único ao longo de todo o processo global do empreendimento.
É um novo aprendizado e readequação de esforço projetual, baseado agora em soluções técnicas, estéticas e conceituais (que realmente geram uma corrente de valor na cadeia produtiva) em detrimento da elaboração de documentação 2D.
E um valioso conceito de virtualização da informação, através de um protótipo virtual, para testarmos, validarmos a informação (geométrica e não geométrica) e soluções desenvolvidas.
Veículos aéreos não tripulados (drones), scanner 3D (nuvem de pontos), “BIGDATA’, Internet das Coisas, IA (inteligência artificial), “DATASCIENCE”, dentre outros. A lista de inovações é extensa e empolgante, quando temos uma leitura dos benefícios para o ser humano e para o planeta, percebendo a ecoeficiência e sustentabilidade que tais tecnologias agregam para os processos construtivos, projetuais e de gestão de ativos.
Capacitação em BIM e o futuro do mercado
Infelizmente, a resposta do setor AECO tem sido lenta, com muitos profissionais e empresas tendo dificuldade na interpretação desse fenômeno da disrupção e seus impactos no posicionamento de mercado e nas formas de se trabalhar e de produzir projetos e obras.
Isso acontece inclusive na graduação tradicional, em que o ensino está em consonância com as práticas tradicionais de projeto (CAD e documentação 2D) e onde os estudantes estão absorvendo informação desatualizada com todas essas novas práticas de mercado capitaneadas pelo BIM.
Mas 2021 está logo aí, com a assinatura do Decreto de Lei 9.377, que instituiu a “Estratégia de Disseminação BIM no Brasil” pelo Governo Federal, tornando obrigatório a partir de 2021 a adoção do BIM em obras e projetos públicos, assim como nas graduações das universidades públicas.
Sempre digo que a implementação do BIM na construção civil não é uma “corrida de 100 m rasos” e sim uma “maratona”. Não deixe, como é cultura no nosso país, para a última hora a preocupação com sua adoção nos negócios (seja você um profissional autônomo ou dono de construtora e empresa de projetos). Você estará sob o sério risco de não apenas perder ótimos negócios, mas sim de desaparecer do mercado.
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