Um texto por Wenderson Lobo, Arquiteto e Urbanista e Engenheiro de Segurança do trabalho e professor do curso de Tecnologias e sustentabilidade na arquitetura e design de interiores na Universidade Cândido Mendes.
Antes de entrarmos nas normas do DRYWALL que foram citadas no artigo anterior, vamos falar um pouco sobre o PROGRAMA SETORIAL DE QUALIDADE DRYWALL (PSQ DRYWALL).
Primeiramente precisamos entender o que é um Programa Setorial de Qualidade.
O PSQ é um programa que está subordinado ao PBQP-H (Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat), ligado ao Ministério das Cidades e que tem como meta organizar o setor da construção civil na melhoria da qualidade do habitat e na modernização produtiva. Através de várias ações, destaca-se a avaliação de conformidade de empresas de serviços e obras, melhoria da qualidade de materiais, formação e requalificação da mão de obra, normalização técnica, capacitação de laboratórios, avaliação de tecnologias inovadoras, informação ao consumidor e a promoção da comunicação entre os setores envolvidos. Dessa forma, espera-se a redução dos cursos, otimização do uso de recursos públicos, melhoria da qualidade dos materiais e aumento da competitividade do setor.
Diversas entidades fazem parte do Programa, representando segmentos da cadeia produtiva: construtores, projetistas, fornecedores, fabricantes de materiais e componentes, bem como a comunidade acadêmica e entidade de normalização, além do Governo Federal.
No Drywall, a entidade responsável pelo PROGRAMA SETORIAL DE QUALIDADE DRYWALL é a Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para Drywall.
Este programa contempla todos os componentes envolvidos num sistema Drywall. Então, fazem parte do programa, chapas, parafusos, perfis metálicos, massas, fitas, acessórios, lãs de vidro e de pet. São várias empresas participantes, que são fornecedores ou fabricantes dos produtos que fazem parte do sistema. O Programa conta com um site, com maiores explicações e com todas as empresas certificadas e os resultados do setor. De extrema importância aos interessados acompanharem os relatórios trimestrais para que saibam a qualidade dos produtos que estão utilizando, tendo a garantia de qualidade do PSQ DRYWALL.
O site de referência é: http://qualidadedrywall.org.br/
Como funciona o PSQ DRYWALL?
A cada trimestre, em datas não divulgadas, um auditor da TESIS (empresa certificada para fazer os testes em laboratório dos componentes do sistema) vai às empresas participantes e escolhem em seu estoque os produtos que fazem parte do PSQ DRYWALL que a empresa comercializa, lacram e o material é enviado para São Paulo, onde passam por testes para ver se se enquadram nas normas NBR 15758, NBR 14715 e NBR 15217. Como o drywall é um sistema, os testes da norma de desempenho NBR 15575 só foram feitos uma vez, visto que cumprindo todos os requisitos das normas acima citadas, o sistema funciona perfeitamente dentro do esperado na norma de desempenho. Falarei sobre a norma de desempenho posteriormente, apresentando o relatório dos testes.
Após os testes, sendo aprovadas, as empresas recebem uma certificação, importantíssima para assegurar a qualidade dos materiais e o cumprimento de seus papéis dentro do sistema.
Importante deixar claro que não é obrigatório participar do programa, porém, ao fazerem negócios com empresas de drywall, é importante pedir pelo menos uma certificação, ou relatório RECENTE de testes dos produtos, mesmo que sejam de laboratórios independentes (contanto que certificado para tais testes), para que tenham a certeza que os produtos cumpram com o mínimo necessário, sem colocar em risco o sistema ou a qualidade do serviço a ser executado. Como a certificação do PSQ DRYWALL é a cada trimestre, aconselho a pedirem às empresas que comercializam os produtos que não tem o PSQ, certificados/laudos técnicos de outros laboratórios, com no MÁXIMO TRÊS MESES, para que possam se resguardar.
Um dos grande problemas encontrados hoje no mercado, são fabricantes pequenos e sem certificação alguma, que podem colocar em risco as obras. Nos perfis de aço, por exemplo, a norma dita que devem ter espessura MÍNIMA de 0,5mm. Vemos no mercado perfis de aço galvanizado para drywall com 0,48mm, 0,47mm de espessura e até menos do que isso. Nossa norma já bate o mínimo necessário à segurança da edificação. Abaixo disso, a sua parede de drywall pode estar em risco.
O mesmo acontece para massa para drywall, fitas e chapas importadas de outros países, sem certificação de qualidade.
O que eu aconselho, sempre que for comprar produtos para drywall:
1- Verificar se o fabricante do produto está no PSQ DRYWALL. Caso esteja, exigir dele a última certificação válida. Muitos fabricantes disponibilizam o certificado no próprio site;
2- Se o fabricante não estiver no PSQ DRYWALL, exigir um certificado de teste de produto, conforme as normas vigentes, feita por laboratório especializado e certificado, com no máximo 3 meses de validade. Acima desse tempo, não aconselho.
Os fabricantes de produtos para drywall não são obrigados a entrar no PSQ, mas os que não estão, seria de bom tom ter os testes feitos por laboratórios independentes, de forma a atestar a qualidade de seus produtos.
Lembre-se: A quem executa, a responsabilidade da obra é sua. Se comprar materiais de baixa qualidade, ou executá-los de forma não indicada, além de perder a garantia de um fornecedor creditado, você terá que assumir a responsabilidade pelos problemas que ocorrerem.
Um grande abraço a todos, e no próximo artigo, continuamos. Qualquer dúvida, estou à disposição.
O Professor Wenderson Lobo participa da pós graduação em Tecnologias e sustentabilidade na arquitetura e design de interiores na Universidade Cândido Mendes. Clique no link e saiba mais informações sobre o curso!