Entenda a importância da Acreditação para o processo de qualidade e siga os 9 passos para a qualidade na Nutrição Hospitalar
Diante da importância da Qualidade na Terapia Nutricional, é preciso saber como implantá-la corretamente. A primeira atividade de uma instituição hospitalar deve ser a Acreditação, que leva à cultura da qualidade. Depois de adquirir essa consciência, os profissionais da Nutrição Hospitalar podem iniciar os passos para a Qualidade na TN, que vamos detalhar neste texto.
Acreditação e o processo de Qualidade
No Brasil ainda existem muitos caminhos para se tomar para que todas as instituições de saúde tenham um processo de qualidade consolidado . Mas algumas estruturas têm sido pioneiras nessas empreitadas. É o caso da ONA (Organização Nacional de Acreditação), cuja função é normatizar e estimular a expansão de hospitais acreditados.
Acreditação é um processo educacional, que leva as instituições prestadoras de serviços de assistência em saúde, e especialmente os seus profissionais de saúde, a adquirirem a cultura da qualidade para implementação da gestão de excelência, fundamental para o processo; e numa segunda dimensão como um processo de avaliação e certificação da qualidade dos serviços, analisando e atestando o grau de desempenho alcançado pela instituição de acordo com padrões pré-definidos (NETO; BITTAR, 2004).
De acordo com Novaes e Bueno (1998), o Programa de Acreditação contribui para que ocorra uma mudança progressiva e planejada de hábitos. Assim, os profissionais serão estimulados a participar do processo que visa a mobilização e criação de metas objetivas, com intuito de garantir melhoria na qualidade da assistência prestada.
A assistência Nutricional de excelência é requisito para se obter a acreditação do hospital sendo essa exigência fundamental para que as instituições hospitalares se preparem mantendo em seu quadro de profissionais nutricionistas habilitados e especializados para atenção dos serviços dentro do critério de acreditação.
9 passos para a qualidade na Terapia Nutricional
Muitos dos nossos colegas devem se perguntar por onde devem começar um processo de qualidade na terapia nutricional.
O primeiro passo: estruturar o seu setor de terapia nutricional, que na prática significa criar os protocolos de assistência nutricional desde a metodologia para triagem nutricional, avaliação nutricional, dietas padronizadas para as patologias principais’, prescrição de dietas especificas, protocolos de evolução e acompanhamentos, como também a inclusão de profissionais capacitados, suprimentos dos insumos para as dietas, suprimentos de equipamentos para as operações e de fornecimentos de dietas.
Segundo passo: acordar os protocolos com os outros profissionais envolvidos (médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos, farmacêuticos e outros).
Terceiro passo: criar os indicadores de monitoramentos com suas respectivas metas com as característica de refletir a eficiência dos serviços. A medida que o nutricionista aprimora o seu conhecimento sobre o processo de qualidade e as ferramentas de qualidade, consegue escolher ou criar os melhores indicadores para seus serviços de assistência. Cito algumas, como:
- Percentagem de avaliação nutricional
- Percentagem de pacientes atendidos em seu VET (Valor Energético Total)
- Percentagem de orientações nutricionais de altas
- Tempo de início de dieta conforme protocolo e tempo para atendimento
- Índice de diarreia
- Índice de desnutrição x índice de desnutrição tratado
- Índice de protocolos nutricionais aplicados em pacientes com úlceras de pressão
- Índice de infusão de dietas x prescrição de dietas
Quarto passo: disseminação, todos os envolvidos (profissionais multidisciplinares) devem saber e praticar os protocolos de terapia nutricional como também os operadores e manipuladores de dietas.
Quinto passo: executar conforme preconizado nos protocolos para dar consistência e cunho científico na prática da terapia.
Sexto passo: medir e registrar a evolução dos indicadores. Esses registros devem ser feitos de forma contínua e rotineira em tabelas ou relatórios (em números ou percentagem).
Sétimo passo: avaliar os resultados dos indicadores. Esta avaliação muitas vezes envolve toda a equipe e também pode incluir a participação de outros profissionais que interagem com assistência nutricional.
Oitavo passo: padronizar o que está dando certo e revisar as ações dos objetivos e metas que não foram alcançados – um novo PDCA se inicia.
Nono passo: criar novas metas de melhoria entrando num ciclo de melhorias contínuas
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